O primeiro-ministro respondeu aos que criticam "a execução lenta" da bazuca europeia.
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Numa corrida contra o tempo, o primeiro-ministro garante que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) está a ser executado "a bom ritmo", destacando o reforço das respostas sociais com o dinheiro da bazuca. A quem critica a "execução lenta" dos fundos europeus, Costa recorre a Fernando Pessoa.
O PRR destina mais de 800 milhões de euros às respostas sociais, dedicados às gerações mais novas, como creches, "e para que aos mais velhos vivam com qualidade". O dinheiro de Bruxelas vai permitir, de acordo com os números do primeiro-ministro, "aumentar em 33% a capacidade de respostas sociais do país".
"Para termos uma noção: entre o programa PARES, que é financiado com o orçamento da Segurança Social, somando-lhe o PRR, conseguimos aumentar em 33% a capacidade de respostas sociais do país, daqui até 2026", sustentou.
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Numa visita às obras da unidade social integrada da Portela, com a antiga ministra da Saúde e atual presidente da Cruz Vermelha, Ana Jorge e o autarca de Loures, Ricardo Leão, o primeiro-ministro puxou por outra componente do PRR: o trabalho em parceria.
A obra, na Portela, custa sete milhões de euros, mas o financiamento é distribuído entre as verbas da bazuca, da Cruz Vermelha e do município de Loures.
"O PRR paga só uma parte desta obra, e o resto é financiamento municipal e é, sobretudo, financiamento da Cruz Vermelha Portuguesa. É nesta estratégia de parceria que conseguimos dar execução plena a um programa desta dimensão que acrescenta capacidade de investimento ao país nos próximos quatro anos", disse.
O dinheiro de Bruxelas só entra nos cofres do Estado português consoante a evolução das obras e depois de alcançadas todas as metas previstas no acordo com a Comissão Europeia. Na unidade social integrada da Portela, as verbas são desbloqueadas ao ritmo da construção.
"Isto significa que o PRR está parado? Não, significa que o PRR está a andar. Por isso, hoje estamos no segundo piso desta construção e daqui a uns meses não estaremos cá, mas sim os residentes para quem esta obra está a ser construída", atirou.
A resposta de António Costa a quem critica a "execução lenta do PRR", palavras que surgem não só da oposição, mas também do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. O primeiro-ministro citou ainda Fernando Pessoa para lembrar que "a obra não nasce" sem execução.
"Só na poesia é que basta Deus querer, o homem sonhar e a obra nasce. Na vida real é um bocado mais difícil. Estamos numa obra que, admito, Deus quis, o homem sonhou e está a nascer. Tem o seu prazo de execução e de desenvolvimento", lembrou.
Palavras de António Costa em mais uma sessão do PRR em Movimento, em Loures, sem que tenha respondido às questões dos jornalistas, antes da viagem para Lanzarote, para a cimeira Luso-espanhola.