Embora com assuntos diferentes, líder parlamentar do PS mete Chega e Bloco de Esquerda no mesmo saco falando em "demagogia". No caso de André Ventura, fica o repúdio às declarações no hemiciclo sobre a Constituição; no caso de Pedro Filipe Soares, atira às indicações para o Tribunal Constitucional.
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Dispara à esquerda e à direita. A líder da bancada socialista, Ana Catarina Mendes, repudia as declarações de André Ventura, que esta quarta-feira no hemiciclo disse estar-se "nas tintas para a Constituição" a propósito do debate da regionalização, e acusa o Bloco de Esquerda de estar de má-fé quanto à questão das nomeações para o Tribunal Constitucional.
Depois de apelar à serenidade no debate a propósito da eutanásia, Ana Catarina Mendes foi questionada sobre a questão das nomeações para o Tribunal Constitucional e sobre as queixas do Bloco de que o PS de rompeu com a "situação política da anterior legislatura" ao ter deixado o partido de fora da escolha de um dos nomes para o Tribunal Constitucional.
Ana Catarina Mendes considera que a declaração proferida por Pedro Filipe Soares "é grave e demonstra má-fé". "Sabia desde novembro que, nesta legislatura, não haveria a indicação de um nome do Bloco de Esquerda", nota a líder da bancada socialista.
Na mesma sequência, a líder socialista acrescentou o episódio com André Ventura sobre a Constituição para concluir que, "tudo junto, são bem sinais de que a demagogia não pode continuar a ser complacente com aquilo que são as regras mais basilares".
"Repudio a uma declaração de um deputado desta natureza e refuto também as declarações que foram feitas pelo Bloco de Esquerda", nota Ana Catarina Mendes lembrando que o PS tem autonomia para as indicações ao Tribunal Constitucional.
"O BE fez opção de de anunciar o seu voto contra, com isso poderá querer que haja uma maioria à direita no Tribunal Constitucional. Aquilo que espero, como líder parlamentar, é que o Tribunal Constitucional continue a ser o garante da Constituição, do Estado de Direito e dos direitos fundamentais de todos os portugueses", conclui a socialista.