O PS, pela voz do deputado Miguel Laranjeiro, acusou hoje o Governo de estar inativo perante uma «dramática» tendência de agravamento do desemprego.
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As acusações dos socialistas foram feitas pelo deputado Miguel Laranjeiro na Assembleia da República, depois da divulgação de dados que indicam que o número de inscritos nos centros de emprego aumentou 24,5 por cento em junho em termos homólogos e 0,7 por cento face ao mês anterior, para 645.995 desempregados.
De acordo com a informação mensal publicada hoje pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), no final de junho encontravam-se inscritos nos centros de emprego do Continente e das Regiões Autónomas mais 127.250 indivíduos do que um ano antes.
Face a maio, o número de desempregados aumentou em 4.733 pessoas.
Perante estes dados, o secretário nacional do PS para a Organização afirmou que se registou «o maior aumento homólogo do desemprego» neste ano, o que significa que «nem o efeito sazonal do mês de junho teve uma consequência positiva» numa eventual mudança de trajetória da tendência.
«Nestes dados não estão contabilizados os 75 mil portugueses que estão desempregados, mas que se encontram em ações de formação. Também não estão contabilizados os milhares de professores que o Governo se prepara para despedir no próximo ano letivo», apontou Miguel Laranjeiro.
Para o dirigente do PS, apesar desta tendência «dramática» de agravamento do desemprego, «a resposta do Governo é a inação».
«Parece que há aqui um preconceito ideológico, já que o Governo olha para o desemprego como uma oportunidade (isso já foi dito pelo próprio primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho). O Governo olha para o desemprego como uma oportunidade de empobrecimento dos trabalhadores portugueses», disse.
Miguel Laranjeiro afirmou depois que o PS «exige que o Governo tome medidas concretas e reais para combater o flagelo do desemprego, que todos os meses aumenta na sociedade portuguesa».