Vieira da Silva revelou hoje que uma das alterações ao Rendimento Social de Inserção poderá significar uma quebra no orçamento de algumas famílias, que poderá chegar aos 40 euros/mês.
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O PS acusa o Governo de ter repetido um erro quando na semana passada, após o Conselho de Ministros, comunicou aos jornalistas as alterações ao Rendimento Social de Inserção (RSI).
«De novo se esqueceram de apresentar a mudança mais relevante e mais significativa», afirmou Vieira da Silva, referindo-se à alteração da escala de equivalência familiar.
«O que cada elemento de uma família conta para a determinação do valor máximo a que ele pode ter acesso no âmbito do Rendimento Social de Inserção», explicou.
O que mais escandaliza o deputado, e ministro da Segurança Social no primeiro Governo de José Sócrates, são os efeitos nas famílias numerosas ou monoparentais.
«Cada criança não conta como 50 por cento mas como 30 por cento, são menos 40 euros», referiu.
Vieira da Silva especula agora com ironia porque razão voltou o ministro Mota Soares a não contar a verdade toda.
«Não sei se o senhor ministro conseguirá encontrar uma razão semelhante àquela que justificou a aprovação e promulgação da medida de suspensão das reformas antecipadas pelos efeitos perversos que teria se os portugueses a conhecessem antecipadamente», lembrou.
«Será que neste caso, se os portugueses conhecem antecipadamente que o Governo se preparava para cortar a prestação social aos mais frágeis, se tiverem mais filhos, se previa algum comportamento perverso?», questionou Vieira da Silva, considerando que «é apenas falta de coragem e também uma medida de preguiça».
O PS defende que o Governo podia, por exemplo, ter aumentado a fiscalização em vez de estigmatizar as famílias que recorrem a este rendimento e Vieira da Silva faz um último apelo a Mota Soares para que corrija a medida, que o socialista define como «insensibilidade gritante» e «injustiça flagrante».
A TSF contatou o gabinete do ministro Pedro Mota Soares, mas não obteve até ao momento qualquer resposta.