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O PS acusou o primeiro-ministro de fazer um discurso insensível e contraditório e disse que Pedro Passos Coelho insiste em pressionar o Tribunal Constitucional.
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Em declarações aos jornalistas após o discurso na noite de sexta-feira de Passos Coelho na festa social-democrata do Pontal, o porta-voz do PS, João Ribeiro, apontou que a intervenção do chefe do Governo tem três ideias fundamentais: «Apesar do mal feito, continua o mesmo caminho, pressiona o Tribunal Constitucional e envia recados para dentro do Conselho de Ministros.»
Sobre este último ponto, o porta-voz do PS disse que isso confirma que o país «continua em profunda crise» e o Governo «é o principal fator de instabilidade política em Portugal».
Para o PS, o discurso do primeiro-ministro «foi um discurso insensível e contraditório».
«À defesa dos direitos constitucionais chamou risco constitucional, à tragédia social em que vivem milhares de portugueses chamou risco social, à incompetência do seu Governo chamou risco político interno», apontou João Ribeiro.
«Aos desempregados disse para criarem valor, aos empresários sem financiamento disse para se adaptarem, aos pensionistas e reformados agradeceu-lhes terem que sustentar os filhos e os netos angustiados», continuou.
Para o PS, Passos Coelho «é um primeiro-ministro longe da realidade da vida dos portugueses» e «é profundamente insensível».
Relativamente às declarações feitas pelo primeiro-ministro em relação ao risco que ainda constitui o Tribunal Constitucional, João Ribeiro apontou que essa é uma linguagem «imprópria».
«O primeiro-ministro insiste em pressionar o Tribunal Constitucional. O Tribunal Constitucional cumpre o seu dever, o dever de fiscalizar o cumprimento da Constituição da República e o Governo tem de respeitar a Constituição», sublinhou, apontando que se trata de uma «pressão inaceitável».