José Luís Carneiro, secretário-geral adjunto do PS, espera que a concretização do estado de emergência deve ter em conta as consequências do confinamento e proteger a produção nacional.
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PS e Governo nunca se mostraram muito entusiasmados com a ideia de avançar já para a declaração do estado de emergência, mas agora que a medida é uma realidade o secretário-geral-adjunto do PS garante que o Governo e o partido que o apoia "estão preparados para dar seguimento se essa for a decisão do Presidente da República".
No programa Almoços Grátis da TSF, José Luís Carneiro deixou, no entanto, alguns alertas sobre o desenho que a medida vai seguir:
"É importante que haja, por um lado, condições para que a estrutura produtiva do país continue a produzir em circunstâncias de salvaguardar as reservas alimentares, as cadeias de distribuição e de comercialização. Ao mesmo tempo, do ponto de vista das liberdades sociais, é preciso garantir válvulas de escape social, porque o confinamento de cidadãos em suas casas, durante muito tempo, sem liberdade de movimentos, trará problemas que têm de ser acautelados a partir de agora", alertou o dirigente socialista defendendo um equilíbrio entre medidas e consequências.
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José Luís Carneiro sublinhou a "boa cooperação institucional" como "essencial" e considerou que "o mais importante é que todos consigam despartidarizar quer os diagnósticos, quer a resposta à crise".
Questionado sobre a posição crítica da ala socialista face a uma declaração imediata de estado de emergência, o secretário-geral adjunto do PS considerou normal que "haja diferentes leituras dentro do Governo e do PS" sobre a matéria.
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No programa Almoços Grátis, David Justino criticou a tese de que a declaração de estado de emergência signifique "uma suspensão na democracia"
"Não há qualquer tentativa ou qualquer risco de aquilo que são as liberdades fundamentais possam ser postas em causa", sublinhou o vice-presidente do PSD considerando "este tipo de discurso completamente inadequado"
"É de raiz conspirativa e colocar o discurso entre esquerda e direita, Não há qualquer pretensão de seja quem for de suspender transitoriamente a democracia", garantiu David Justino.
"Se se faz recurso a uma medida de exceção é precisamente para dotar meios o governo e as instituições, sejam forças de segurança, ou médicos. Trata-se mesmo da necessidade de manter algumas empresas a funcionar e é isso que está em causa", explicou o social-democrata.