PS comemora 50 anos, mas Costa faz contas com o passado
Corpo do artigo
O PS recebeu figuras internacionais para celebrar os 50 anos, como Filipe Gonzalez ou Olaf Scholz, mas dos antigos líderes apenas Ferro Rodrigues e Vítor Constâncio marcaram presença. José Sócrates nem foi convidado, mas foi recordado num vídeo com as principais conquistas do PS já que é lembrado como o primeiro a conquistar uma maioria absoluta para os socialistas.
Já depois de Carlos César, Filipe Gonzalez, Jaime Gama e Olaf Scholz, António Costa subiu ao púlpito, no Pavilhão Carlos Lopes, e recuou às europeias de 2004 para "recordar" o que "muitos se esquecem".
TSF\audio\2023\04\noticias\19\francisco_nascimento_50_anos_ps
"Foi mesmo com Eduardo Ferro Rodrigues que o PS teve a primeira maioria absoluta da sua história, nas eleições europeias de 2004. Com a liderança do Ferro Rodrigues, o PS teve uma vitória estrondosa, a sua primeira maioria absoluta que infringiu uma monumental derrota à direita em Portugal", atirou.
Nessas eleições, António Costa teve também um papel principal, já que, embora fosse o número dois da lista ao Parlamento europeu, acabou como cabeça-de-lista, pela morte de Sousa Franco.
No discurso, o secretário-geral socialista passou depois em revista os sucessos das políticas socialistas e aí não esqueceu o complemento solidário para idosos, do Governo de Sócrates. Elogios também para as contas certas do atual Governo, porque "não há estado social forte, sem financias públicas sólidas".
De mira apontada à oposição, o primeiro-ministro acrescenta que a direita "tem inveja do ADN" socialista, e da política de contas certas, que permite ao país crescer acima da média europeia, apesar de a direita "olhar sempre para os que estão atrás de nós".
"Como a Rosa Mota, que está ali escondida, para chegar à meta não olhamos para os que estão atrás de nós. Olhamos sempre para a frente, para a meta", disparou.
E, ainda no que toca à direita, o primeiro-ministro avisa que, depois da conquista da democracia,"há um combate que tem de ser feito todos os dias", recuperando uma das palavras de ordem do PS em 1975: "Portugal é do povo não é de Moscovo".
"Hoje a guerra pode ser outra, hoje temos de ter uma nova trincheira, mas vamos ter sempre uma guerra pela frente para travar. Hoje já não há uma ditadura que nos persegue, mas há um populismo que ameaça a democracia e temos de combater esse populismo", avisou.
PS como "porto de abrigo" e a combater a extrema-direita
O mesmo alerta surgiu pela voz do presidente do PS, Carlos César, que abriu a noite festiva socialista, e deixou críticas ao PSD por dar a mão à extrema-direita. Ainda assim, "embora a sua arrogância a estridência", o partido de André Ventura "está felizmente abaixo da dimensão da maior parte dos partidos congéneres na Europa".
"Essa extrema-direita confia com a benevolência dos seus amigos mais próximos à direita do PS. Compete-nos prosseguir com humildade e audição democráticas, corrigindo as desigualdades e melhorando os resultados da governação", disse.
Para essa política, Carlos César admite que "é preciso melhorar os resultados da governação", e o partido tem de continuar a ser pendor de "confiança" para os portugueses.
"Podemos dizer que fomos - e devemos procurar continuar a ser - um porto de abrigo da confiança dos portugueses. Ainda na segunda-feira voltámos a demonstrar isso com os aumentos das pensões para os nossos reformados", acrescentou.
