João Galamba considera «positivo, embora tardio», o reconhecimento de que a troika «pecou contra a dignidade» de portugueses, gregos e também irlandeses. Paulo Rangel, eurodeputado do PSD, encara com naturalidade as palavras ditas por Juncker. Confira mais reações.
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«As declarações de Juncker parecem indiciar que a atual União Europeia tem consciência do facto, isso é positivo. Torna-me mais otimista sobre as negociações que estão agora em curso com a Grécia e é uma excelente oportunidade para a Europa fazer finalmente um diagnóstico sobre a estratégia implementada nos últimos anos», disse o deputado socialista.
Escutado pela TSF, João Galamba lamenta que o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho não tenha sido o primeiro a denunciar o que o presidente da Comissão Europeia veio agora reconhecer.
O eurodeputado social-democrata Paulo Rangel reage de forma diferente. Ouvido pela agência Lusa diz que encara «com naturalidade» as declarações do presidente da Comissão Europeia sobre a postura da troika nos países intervencionados, recordando que o comissário Carlos Moedas já tinha alertado para o problema.
«Eu encaro com toda a naturalidade. Não há aí novidade nenhuma. Carlos Moedas já tinha chamado a atenção para o facto de o modelo da troika não ser o mais adequado», disse eurodeputado eleito pelo PSD.
Para o deputado comunista, João Ferreira, Jean-Claude Juncker faz a denúncia dos erros cometidos tarde de mais.
A TSF escutou, também, a opinião de Pedro Adão e Silva, para quem as palavras de Juncker mostram a dissonância que existe hoje na Europa, em que uns assumem os erros, outros não.
António Capucho, subscritor do manifesto dos 74, (um documento assinado por 74 economistas que expressam «preocupações quanto aos efeitos da estratégia de austeridade na Europa») espera que as declarações contra-corrente do presidente da Comissão Europeia sejam tidas em conta na hora de haver uma acordo com a Grécia.
Internamente, Capucho não alimenta grandes esperanças, porque Portugal vai manter a atitude consonante com a da Alemanha, embora devesse fazer o contrário.
João Cravinho, também subscritor do manifesto dos 74, considera que o reconhecimento feito por Jean-Claude Juncker é um facto da maior relevância que vai ter consequências políticas.