O socialista Francisco Assis considerou que no PS se deve abster na votação das moções de censura do PCP e Bloco de Esquerda e se deve manter equidistante do neoliberalismo e do neomarxismo.
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O deputado socialista Francisco Assis defendeu que o PS se deve abster na votação das moções de censura do PCP e do Bloco de Esquerda, apesar de não ter razões para «estar ao lado do Governo».
Este ex-líder parlamentar socialista recordou que o seu partido «tem profundas divergências em relação à forma como este Governo tem enfrentado os problemas do país, mas não temos razões para estar ao lado da extrema esquerda radical».
À entrada para a reunião da Comissão Política Nacional do PS, Assis explicou que esta extrema esquerda «tem uma perspetiva do pais completamente diferente da nossa» e que é altura de o PS «pode afirmar claramente essa diferença».
«Entendemos que este Governo tem governado mal, tem governado de acordo com uma agenda ideológica errada e tem concorrido para que o país se confronte com dificuldades cada vez maiores», frisou.
Contudo, adiantou Francisco Assis, «isto não significa que haja uma coincidência de pontos de vista entre o PS e a extrema esquerda, nunca houve nos últimos 30 anos, não há neste momento e é importante que o país perceba isso».
Caso votasse a favor destas moções de censura, sublinhou Assis, «significaria que o PS iria a reboque de posições políticas em que não nos reconhecemos».
«Estamos tão longe das posições do Governo, que consideramos profundamente erradas e que obedecem a uma agenda neoliberal, como estamos igualmente longe de agenda neomarxista de uma extrema esquerda completamente desligada da realidade», resumiu.
Francisco Assis lembrou ainda que a «extrema esquerda em Portugal costuma ser bastante mais crítica em relação ao PS do que é em relação à direita», algo que considerou uma «evidência histórica».