O secretário-geral socialista impôs hoje como condição para o diálogo que o Executivo assuma que falhou e aceite as propostas socialistas.
Corpo do artigo
«O diálogo pelo diálogo não resolve nada. Quando queremos mudar temos que assumir a disponibilidade para o fazer, a primeira é assumir que o Governo falhou, a segunda é aceitar as cinco propostas concretas que apresentei aqui», afirmou António José Seguro, acrescentando que esta é a «última oportunidade» que dá ao Governo para se pronunciar sobre este assunto.
O secretário-geral do PS, que intervinha na primeira ronda do debate de urgência promovido pela sua bancada, no Parlamento, acusou o ministro das Finanças de não reconhecer a gravidade da situação social e económica e lamentou que o Governo insista que está no «rumo certo».
«Fala dos custos sociais da crise? Não são, são os custos sociais da vossa política», acusou, defendendo que uma inversão de estratégia é essencial para recuperar o crescimento económico.
Na resposta, o ministro de Estado e das Finanças, Vítor Gaspar, não afastou a possibilidade de discutir algumas das medidas propostas pelo PS mas desvalorizou o seu alcance, afirmando que «não constituem qualquer novidade».
«As propostas do PS são de caráter programático, mas não podem ser discutidas em concreto, não são uma base para um entendimento operacional. As medidas podem naturalmente ser alvo de diálogo, sendo que algumas se enquadram perfeitamente dentro da estratégia do Governo mas não me parece que constituam qualquer novidade», disse Gaspar.