PS: Lacão diz que Seguro devia ser primeiro a considerar congresso extraordinário
O deputado socialista Jorge Lacão, que se demitiu hoje do secretariado nacional do PS, defendeu hoje que o António José Seguro devia ser o primeiro a considerar a hipótese de convocar um congresso extraordinário.
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«Considero que o secretário-geral do PS devia ser o primeiro a considerar da oportunidade de convocar um congresso. Não tenhamos dúvidas sobre formalismos procedimentais ou estatutários. Ser líder do PS, para ser líder do país, implica uma grande força e uma grande base política de sustentação e isso o PS tem de clarificar», afirmou, em declarações aos jornalistas, no Parlamento.
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, anunciou terça-feira estar disponível para avançar para a liderança do PS, mas vários elementos da direção consideraram que eventuais eleições diretas ou um congresso extraordinário para a escolha de um novo secretário-geral têm de respeitar as normas previstas nos estatutos partidários.
«A minha opinião é a de que se impõe a convocação de um congresso extraordinário do PS e que se devolva aos militantes do PS a opinião sobre o aprofundamento e clarificação da estratégia geral do partido e da sua liderança. A derrota histórica da direita não é acompanhada pela mobilização do eleitorado, tanto à esquerda como à direita, que o PS, um partido com ambição de poder, mas sobretudo com a ambição de apresentar uma alternativa, que seja estável e coerente para o país, precisa de apresentar», continuou Lacão.
No início de 2013, o antigo líder parlamentar esteve quase a desempenhar as funções de diretor de campanha da candidatura, então não concretizada, de Costa à liderança do PS, entrando posteriormente para o secretariado nacional em virtude de um acordo entre o autarca lisboeta e António José Seguro.
«No meu entendimento profundo da situação que o PS está a viver, impõem-se orientações que não são aquelas que foram transmitidas por outros colegas em nome da direção. Para tomar uma posição franca e aberta, o devo fazer sem ter qualquer constrangimento em relação a qualquer dever de lealdade funcional no âmbito do secretariado nacional e por isso apresentei a minha demissão», explicou Lacão.
Sobre se vai apoiar António Costa numa eventual candidatura à liderança do partido "rosa", Lacão preferiu dizer que esse será «um momento superveniente de opção política».