O secretário-geral do PS, António José Seguro, respondeu esta noite ao desafio do primeiro-ministro, garantindo que os socialistas não serão «muleta deste Governo» e «cúmplices da sua política».
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Num encontro com militantes, esta noite, em Vila Nova de Gaia, o líder do Partido Socialista (PS) nunca disse que recusava claramente o convite de Passos Coelho, mas deu uma resposta direta ao primeiro-ministro.
«Em nenhuma circunstância o PS será muleta deste Governo e não seremos cúmplices da sua política, que é uma política de empobrecimento e que tem levado o nosso país a uma situação de pré-rutura social», defendeu o líder socialista.
António José Seguro considerou inacreditável que só agora, a caminho da sexta avaliação da troika, o Governo se lembre que o PS existe.
«Durante estes 16 meses, o Governo sempre ignorou as propostas do PS. Porque é que agora, de um momento para o outro, se lembra do PS, porque é que de um momento pata o outro, olha e diz que precisa muito do PS. Então, o Governo há mais de um ano definiu a sua estratégia, a sua política de austeridade custe o que custar, e agora é que vem pedir ajuda ao PS», lembrou.
O líder socialista fez ainda questão de lembrar a Passos Coelho que o Governo sempre fez tábua rasa das propostas do PS.
«Ainda esta semana fomos surpreendidos por um conselheiro de Estado e ex-líder do PSD [Marques Mendes] a dizer de uma forma muito clara que já estava tudo em marcha. Que o FMI já cá estava, que já tinham feito reuniões com ministros, que já se sabia onde eram os cortes. Isto é sério? Mas em que país é que o primeiro-ministro julga que está?», questionou Seguro.
António José Seguro sublinhou que o PS é, e sempre foi um partido de diálogo, mas não há diálogo possível quando a conversa está armadilhada com o ataque ao Estado Social.