PS quer comissão parlamentar de inquérito para "apurar a verdade" sobre perdas do Novo Banco
João Paulo Correia garante que o objetivo principal é "apurar a verdade para saber se o interesse do Estado foi defendido até à exaustão pelas entidades responsáveis".
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O Partido Socialista irá apresentar uma proposta de uma comissão parlamentar de inquérito sobre as perdas registadas pelo Novo Banco desde a sua fundação, "que têm levado a injeções de capital do Fundo de Resolução com empréstimos do Estado", avança o coordenador socialista da Comissão de Orçamento e Finanças, João Paulo Correia.
De acordo com o deputado do PS, o propósito é que esta comissão se debruce sobre questões como "a medida de resolução e o perímetro de resolução", "o o ativo e o passivo que foi do BES para o Novo Banco", a "venda que falhou em 2016" e a "retransmissão de obrigações séniores do Novo Banco para o BES". O PS pretende ainda saber mais pormenores sobre "a venda que foi concretizada em 2017".
João Paulo Correia garante que o objetivo principal é "apurar a verdade para saber se o interesse do Estado foi defendido até à exaustão pelas entidades responsáveis" e não tirar em "conclusões antecipadas".
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O Bloco de Esquerda já tinha anunciado uma proposta de comissão de inquérito ao Novo Banco, mas o deputado socialista explica que há vários pontos enunciados pelo PS que não constam da proposta do BE.
"Há pontos da nossa proposta como o perímetro da resolução, o valor contabilísticos dos ativos que passaram o BES para o Novo Banco que hoje se sabe, através do relatório da auditoria, mais de quatro mil milhões de euros de perdas foram registadas através dos ativos que passaram do BES para o Novo Banco", realçou o deputado, acrescentando que "é preciso eventualmente recuar às decisões tomadas no tempo do BES relativamente a esses processos para saber os erros cometidos e os responsáveis por essas decisões".
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Mais ainda, João Paulo Correia referiu que há outros "dois pontos [que] não são frisados na proposta do Bloco de Esquerda", sendo eles "a retransmissão das obrigações seniores do Novo Banco para o BES, no valor de dois mil milhões de euros, que causou um dano reputacional e obrigou o país a pagar mais centenas de milhões de euros da dívida pública, como também um ponto que nos parece essencial: porque é que a venda do Novo Banco falhou em 2016 e quais são os responsáveis".
O deputado ressalvou ainda que essas situações geraram "dano e desvalorização económica do próprio banco".