PS quer saber porque não pode haver «mais um ano» para consolidar as contas públicas
O secretário-geral do PS criticou hoje o primeiro-ministro pelo facto de Portugal não poder beneficiar de mais um ano para consolidar as contas públicas, dando o exemplo de Espanha.
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«Aquilo que mais me revolta é ver outros primeiros-ministros, que tomaram posse depois do atual primeiro-ministro, como aconteceu com o primeiro-ministro em Espanha, e que já conseguiu mais um ano para proceder à consolidação das contas públicas», disse António José Seguro no encerramento do XV congresso federativo do PS/Porto.
Segundo o secretário-geral do PS, aquilo que todos em Portugal perguntam é «porque o primeiro-ministro português não defende os nossos interesses, os interesses de Portugal, e porque é que nós não podemos beneficiar de mais um ano para consolidar as contas públicas?».
António José Seguro prosseguiu a intervenção questionando «e a prioridade ao emprego e ao crescimento económico?», acrescentando: «Lembro-me de muitos, que hoje se renderam à defesa desta prioridade e que no passado diziam isso é coisa de socialistas. É verdade, defender o emprego e o crescimento económico é coisa de socialistas, é coisa de homens e de mulheres de esquerda, é verdade», sublinhou.
Rejeitando mais medidas de austeridade, Seguro recordou os dados divulgados esta semana que dão conta que «os objetivos dos 4,5 por cento está hoje em risco, e que há uma derrapagem calculada, a manter-se esta trajetória, de dois mil milhões de euros».
«A pergunta que todos nós fazemos é o seguinte: tantos sacrifícios para isto? Tantos sacrifícios para afinal o Governo vir reconhecer que a sua receita é errada ou que foi incompetente a gerir os recursos públicos? Infelizmente, também aqui o primeiro-ministro ficou em casa», criticou.