PS vai andar em digressão para fomentar diálogo "olhos nos olhos" com cidadãos
O PS defende que o diálogo direto com os cidadãos é uma forma de combate dos populismos crescentes, e propõe-se ouvir as críticas e preocupações dos eleitores.
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O Partido Socialista vai fazer uma digressão por todos os distritos de Portugal continental e regiões autónomas para aprofundar a "relação de confiança" com os eleitores. Trata-se de uma iniciativa que tem como base a ideia de ficar "olhos nos olhos" com as populações.
"Estes diálogos olhos nos olhos têm que ver com esse objetivo: irmos para todo o país, para todos os distritos do país, regiões autónomas incluídas para dialogarmos com os cidadãos", explica o secretário-geral adjunto do PS, sobre o projeto que se iniciará na segunda-feira e que se estenderá por um ano e meio.
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Para José Luís Carneiro, o diálogo direto com os cidadãos é uma forma de combate dos populismos crescentes. "Todos temos a convicção de que os partidos políticos que estiveram na construção da liberdade democrática nos últimos 45 anos têm de continuar a desenvolver esforços para manterem essa ligação profunda com os cidadãos e cidadãs deste país", fundamenta.
"A demagogia e o populismo vão galgando o seu espaço, e é necessário enfrentá-los, e só há uma forma de o fazer: é mantendo uma relação de proximidade e de profunda confiança com os cidadãos e cidadãs, que acreditam nas suas instituições."
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Nas sessões de diálogo, o PS colocará um dirigente nacional do partido, a líder do grupo parlamentar e o líder distrital a responder aos cidadãos presentes. O socialista sustenta que, numa primeira fase, tratarão de "explicitar as nossas informações e esclarecimentos sobre as opções do Governo e também sobre as opções orçamentais e o modo como elas estão a corresponder aos compromissos eleitorais".
Mas haverá também um segundo momento dedicado a "ouvir as críticas, as suas questões e as suas propostas para que o exercício das funções políticas, quer da parte do Parlamento, quer da parte do Governo, possam corresponder às suas expectativas e, com isso, aprofundar uma relação de confiança".
Nas sessões de diálogo, o PS colocará um dirigente nacional do partido, a líder do grupo parlamentar e o líder distrital a responder aos cidadãos presentes.
Para José Luís Carneiro, é "importante que os cidadãos vejam este diálogo como essa porta aberta para que, em momentos determinados, o poder político seja capaz de ajustar opções - não significa colocar em causa os compromissos eleitorais, porque as sociedades são cada vez mais exigentes relativamente ao cumprimento dos compromissos eleitorais -, mas há por vezes decisões que carecem de um ajustamento, de um aperfeiçoamento, que é próprio de uma democracia de qualidade".
A primeira sessão realizar-se-á na segunda-feira, em Bragança. Os 18 distritos do continente e as duas regiões autónomas vão receber sessões semelhantes, durante um ano e meio, até julho de 2021.
O PS prepara-se ainda para lançar uma "outra iniciativa" para "muito em breve". Uma das ideias é transmitir a herança política do PS às gerações mais recentes.
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Outro dos projetos tratará de edificar uma espécie de escola ideológica para jovens quadros e militantes. Ambas têm o objetivo de fortalecer o "diálogo inter-gerações" para "transmitir às novas gerações um quadro de conquistas que se consolidaram e de hoje as novas gerações têm pouco conhecimento", e também o de incentivar os "jovens que queiram desenvolver conhecimento, do ponto de vista conceptual e ideológico, mas também técnico".