O secretário-geral do PS revelou, durante um jantar de comemoração do 5 de Outubro, que vai entregar ainda este ano uma proposta para reduzir o número de deputados no Parlamento.
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«Até ao final do ano [o PS vai apresentar] uma proposta de alteração da lei eleitoral para a Assembleia da República» com o intuito de reduzir o número de deputados, atualmente cifrado em 230.
Com essa alteração, Seguro quer alcançar uma «maior proximidade entre eleitos e eleitores e uma menor dependência dos eleitos face às direções partidárias».
O líder socialista voltou a carregar nas críticas ao Governo e num altura em que o executivo recolocou na agenda a privatização da Caixa Geral de Depósitos (CGD), o PS sugere a criação de um outro banco público.
«Um pequeno banco de fomento propriedade pública, à semelhança do que existe noutros países, focado no apoio ao investimento e que para tal possa beneficiar dos próximos fundos comunitários em conjugação com os recursos do Banco Europeu de Investimentos», defendeu.
Ideias que marcaram um discurso, de cerca de 45 minutos, inflamado e com duras críticas ao estado de saúde da coligação, durante um jantar do PS, esta noite em Alenquer.
«Eu não vou perder muito tempo com este Governo. Desejo aliás que o Governo não perca mais tempo consigo próprio e que ponha fim às crises internas e à triste figura que dá aos país», contestou Seguro, acrescentando uma mensagem direta a Passos, Portas e Vítor Gaspar «não venham com palavras doces dizer que somos o melhor povo do mundo porque o melhor povo do mundo merece melhores governantes e melhor Governo».
A 5 de outubro, um ano e quatro meses depois das eleições, Seguro afirmou ainda que o Governo perdeu a sua legitimidade: «Numa república é o povo quem escolhe o seu destino, e os portugueses não escolheram o destino imposto por este Governo», declarou.