PSD acusa Santos Silva de "não despir camisola do PS" e atrasar recurso para referendo à eutanásia
Santos Silva rejeitou as acusações de vestir cores "da camisola" socialista e garantiu que apenas recebeu o despacho do PSD "esta manhã".
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O PSD vê Augusto Santos Silva com "a camisola do PS vestida" e acusa o presidente da Assembleia da República de tentar atrasar o recurso social-democrata sobre a não-admissibilidade do projeto de referendo à eutanásia.
O maior partido da oposição, que apresentou uma proposta de referendo no início da semana, pretendia que o projeto fosse votado ao mesmo tempo que a votação final global da eutanásia, mesmo depois de Santos Silva ter indeferido o projeto, por ser "idêntico" ao que o Chega apresentou em junho deste ano.
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Ora, no início da sessão plenária, quando ficou evidente que ainda não seria desta que o recurso seria discutido, o deputado Joaquim Pinto Moreira pediu a palavra para acusar Santos Silva de falta de imparcialidade.
"Não agiu com a diligência devida, porque não enviou em tempo oportuno o nosso recurso para apreciação. O Sr. Presidente deve ser o garante do bom cumprimento do regimento. Lamento que, neste caso concreto, não tenha despido a camisola do PS", atirou.
Na resposta, Santos Silva rejeitou as acusações de vestir cores "da camisola" socialista e garantiu que apenas recebeu o despacho do PSD "esta manhã", tendo enviado o documento "de imediato" para a apreciação da primeira comissão.
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"O recurso foi despachado antes de ser anunciado em plenário a não-admissão do projeto. Mais uma vez, se posso ser criticado por alguma coisa, é de atropelar o regimento para que este processo seja o mais transparente e o mais rápido possível", acrescentou.
O PS, que também quis entrar na discussão, alertou para "a abertura de um precedente" em que "sempre que não gostamos de uma votação damos entrada com uma proposta de referendo para impedir a votação regimental".
"O objetivo principal do PSD é adiar uma votação de uma forma extraordinariamente ilegítima", afirmou.
Augusto Santos Silva deixou, no entanto, a garantia de que o recurso social-democrata será votado em plenário na próxima terça-feira, logo depois da apreciação da comissão. O recurso tem chumbo garantido com os votos contra da maioria absoluta do PS.
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