O vice-presidente do PSD Jorge Moreira da Silva considerou hoje que o discurso do Presidente da República no 5 de Outubro foi «realista e esperançoso», mas criticou a intervenção do presidente da Câmara de Lisboa, por não ser «responsável».
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Falando aos jornalistas no final das cerimónias da República, no Pátio da Galé, em Lisboa, o primeiro vice-presidente do PSD sublinhou que o momento que vive o país exige o empenhamento de todos «em unir os portugueses» em torno do «desafio» de cumprir as obrigações assumidas com os credores internacionais e de fazer aquilo que tem de ser feito e não o que seria «mais fácil».
«O Presidente da República fez um discurso realista e esperançoso. Realista porque mostrou que Portugal evoluiu muito em matéria de educação e ciência, mas em simultâneo continua a ser um país que, na área das ciências, da matemática, das competências na leitura dos nossos jovens é insuficiente e ainda o mesmo se passa com o abandono escolar», afirmou, recusando a ideia de que Cavaco Silva comparou o Portugal de hoje ao da década de 1960 por causa das referências à emigração.
Para Moreira da Silva, «no fundo», o Presidente sublinhou a importância da educação, de que depende a mobilidade social ou a igualdade de oportunidades.
Cavaco Silva defendeu, assim, considerou, uma aposta na educação, mas «ao mesmo tempo dizendo que essa aposta tem de ser mais reprodutiva», porque «não basta atirar dinheiro para cima da educação» e «cada euro tem de dar origem a mais patentes» e «a mais empregabilidade», por exemplo.
Assim, sublinhou, o Presidente destacou não só a importância da educação «naquilo que já foi feito», mas também em relação «ao que falta fazer, mostrando aliás que quanto mais abandono escolar existe menos crescimento pode existir».
«Mas também dizendo aos portugueses que têm saído que esperamos que possam regressar e participar plenamente no seu país para que possamos crescer de forma sustentável», acrescentou.
Quanto ao discurso de António Costa, o dirigente do PSD considerou que não esteve «à altura do 5 de Outubro» porque «não assumiu as responsabilidades de uma classe política perante o passado, o presente e o futuro».
«Veio basicamente dizer que a culpa é da Europa e não de um país que viveu 10% acima das suas possibilidades», afirmou Jorge Moreira da Silva, sublinhando que considerou que o discurso de António Costa «não é responsável» porque além de não assumir «a culpa de quem governou Portugal» e «trouxe o país até aqui», «não apresenta alternativas» e ainda «dá a ideia aos portugueses de que os sacríficos têm sido feitos em vão, não foram suficientes, não se justificam porque a culpa é da Europa».
«Isso não é aceitável. Temos de dizer aos portugueses que os seus sacrifícios têm sido muitos e dado resultados», afirmou, referindo as exportações e justificando o novo aumento de impostos, apesar disso, porque «a caminhada ainda não terminou».