PSD e Assembleia da Madeira querem debater descriminalização de drogas sintéticas
O aumento no consumo de drogas sintéticas está a gerar preocupação nas regiões autónomas. Na Madeira, duplicaram os internamentos em psiquiatria pelo consumo destas drogas.
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No Parlamento já deram entrada duas propostas que colocam as drogas sintéticas no centro do debate. O jornal Público adianta que um dos diplomas tem a assinatura do PSD, e pretende equiparar as drogas sintéticas às drogas clássicas.
A outra proposta entra na Assembleia da República pela mão da Assembleia Legislativa da Madeira, que defende "uma maior celeridade na criminalização e inclusão de novas substâncias psicoativas na Lei do Combate à Droga".
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A deputada do PSD Sara Madruga da Costa, eleita pela Madeira, explica ao Público que o objetivo passa por "proteger os consumidores e apertar a malha aos traficantes". No caso desta região autónoma, em 10 anos, entre 2012 e 2022, tendo como base os números avançados pelo jornal, foram internadas 1807 pessoas por perturbação psiquiátrica grave, como consequência do consumo destas drogas.
O diretor da Unidade Operacional em Comportamentos Aditivos e Dependências da Madeira, Nélson Carvalho, conta ao Jornal Público que o crescimento é ainda maior nos internamentos compulsivos. Estas drogas sintéticas podem ser compradas facilmente através da internet e são mais baratas do que as drogas tradicionais, o que justifica, em parte, o aumento no consumo.
Nos Açores, as alucinações provocadas por estas drogas geram o caos nas comunidades. O diretor regional da Prevenção e Combate às Dependências da região afirma ao jornal que há quem já tenha trepado pelas paredes. Pedro Fins descreve ainda ao Público que há quem já tenha pegado fogo à casa, porque acredita que a habitação estava coberta de bichos.
Estes dois diplomas já foram admitidos na Comissão dos Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, e estão agora à espera de uma data para serem debatidos em plenário. O PS não revela se está disponível para viabilizar as propostas. Citada pelo Público, a deputada socialista Isabel Moreira remete para mais tarde uma tomada de posição do partido.