A maioria PSD/CDS-PP reconhece que os dados hoje revelados pelo INE sobre a pobreza são «preocupantes» mas sublinha que se referem ao ano de 2013 e acredita que a situação já melhorou.
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«Temos a convicção que os números hoje são diferentes dos números apresentados no relatório do INE que são respeitantes a 2013. A descida da taxa de desemprego implica que dezenas de milhares de famílias saíram de situação de pobreza ou de limiar de pobreza», afirmou Artur Rego.
O deputado centrista reagia aos jornalistas, no parlamento, ao Inquérito às Condições de Vida e Rendimento hoje divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). «Sendo números preocupantes, fica-nos a esperança, acompanhada da convicção que queremos transmitir a todos os portugueses, de que os números para 2014 apresentarão já uma realidade relativa aos índices de pobreza em Portugal, substancialmente diferente daquela que agora é apresentada para o ano de 2013», declarou.
Artur Rego disse igualmente que «no mesmo relatório do INE está plasmado que sucessivamente e todos os anos, o Governo, com consciência das dificuldades provocadas pelo programa de ajustamento e a austeridade, teve o cuidado de aumentar anualmente as transferências sociais para a população portuguesa».
«Estamos a falar de pessoas, não estamos a falar de números. Estamos a falar de crianças, estamos a falar de pessoas idosas, deve ser tratado com a dignidade que essas pessoas merecem. Até por isso, achamos lamentável que o PS tenha feito as declarações que fez, fazendo um aproveitamento político, um aproveitamento propagandístico, quase eleitoral», acusou.
Também o PSD acusou o PS de falar sem decoro sobre a pobreza, apontando-a como consequência da governação socialista e defendendo que os dados relativos a 2014 vão ser melhores do que os de 2013.
«O PS tem uma atitude de total falta de decoro, falta de respeito pelos sacrifícios dos portugueses e de um enorme cinismo político. Estamos a falar do partido que lançou o país na bancarrota, que destruiu o país económica e socialmente, e que agora se vem queixar das consequências que essa destruição provocou, como se fosse possível, depois da situação em que nos deixaram, que não tivesse havido qualquer tipo de consequências», declarou o deputado do PSD Miguel Santos aos jornalistas, no parlamento.
Manifestando «repúdio» pelas palavras de Vieira da Silva, Miguel Santos considerou que o relatório do INE «é relevante», mas «deve ser lido no seu tempo e na sua extensão», tendo em conta que os dados são relativos a 2013 e que, «entretanto, o Governo desenvolveu toda uma política de medidas com impacto social extremamente relevantes».
«2013 foi o ano da viragem. 2014, quando sair o relatório, com os dados que existem e que já estão confirmados, será certamente um ano muito melhor, e 2015 melhor ainda», sustentou.