PSD e Chega no ataque à "geringonça". Imitação? "É um acaso feliz", responde Ventura
Depois de proferir um discurso idêntico àquele que foi feito por Montenegro horas antes, Ventura voltou a apelar a um entendimento pós-eleitoral entre PSD e Chega.
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André Ventura defendeu, este sábado, no Conselho Nacional do Chega, que a "geringonça" foi "má" para o país e que é preciso evitar que ela se repita. Uma mensagem em tudo igual à que fora defendida, horas antes, pelo líder do PSD, na reunião do Conselho Estratégico Nacional dos sociais-democratas.
Questionado sobre o assunto, André Ventura afirmou, em declarações aos jornalistas, que o que sempre tem ouvido é que "o PSD é que imita o Chega". "Acho importante, em qualquer caso, que, se há uma mensagem que é importante passar, que a direita não tenha medo de a dizer, só porque umas horas antes houve o Conselho Estratégico do PSD e o nosso Conselho Nacional começou um pouco mais tarde", declarou.
"Eu já ia dizer isto hoje, já tinha isto escrito desde a meia-noite de ontem. Por isso, não imitei [Luís Montenegro]", continuou o líder do Chega, esclarecendo ainda que também "não falou" com o presidente do PSD sobre o assunto.
"Acho que é um acaso feliz. Se calhar, é daqueles acasos em que a vida nos permite que comecemos a ter a consciência de que é preciso ter uma alternativa ao Partido Socialista", acrescentou. André Ventura insistiu neste ponto, voltando a apelar ao PSD que ponha as diferenças de lado e aceite formar uma maioria com o Chega, após as eleições legislativas, num cenário em que a direita é vencedora.
"Ou deixamos o país na pura ingovernabilidade - o que significará, provavelmente, eleições seis meses depois - ou aceitamos pôr de lado algumas coisas e governar", declara o líder do Chega.
"Da parte do Chega, o objetivo é governar. Quero ver a mesma atitude da parte do único protagonista que interessa aqui, com todo o respeito pelos outros, que é o PSD", apelou. "Honestamente, eles façam as alianças pré-eleitorais que entenderem, com os nomes que quiserem - ponham mais partidos, o PPM, o Aliança, o que quiserem! (...) Não vai mudar por porem partidos que representam 0,5%", referiu Ventura. "Nós vamos trabalhar para ter uma alternativa de Governo. Se o PSD não quiser, ficará na responsabilidade de entregar o poder ao Partido socialista."