O porta-voz do PSD defendeu que hoje é «um dia histórico», em que Portugal paga «5 mil milhões de euros» de dívida pública, e que 17 de maio de 2011 é que foi «um dia negro».
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Em resposta ao secretário-geral do PS, António José Seguro, que classificou o dia de hoje como negro para Portugal, Marco António Costa contrapôs que «hoje baixa mais de 3% o rácio da dívida», o que apontou como uma «viragem» na situação do país.
Durante um almoço na Póvoa de Varzim, com elementos da candidatura local do PSD às autárquicas, o porta-voz do PSD referiu que a dívida pública paga hoje foi «contraída por um Governo do PS liderado pelo engenheiro António Guterres» e assinalou que António José Seguro fez parte desse executivo.
«Hoje Portugal confirma que teve a capacidade de ter as provisões financeiras necessárias, poupar para poder ter dinheiro para pagar aquilo que os outros deixaram», considerou. «Estamos a pagar as dívidas. Esta é a sina do PSD e deste Governo, é pagar as dívidas que os outros nos deixaram», acrescentou.
Esta manhã, em Bragança, o secretário-geral do PS classificou o dia de hoje como negro para Portugal, alegando que «não se verificou» o «regresso aos mercados» prometido para 23 de setembro de 2013, e exigiu que o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, desse uma explicação aos portugueses.
A resposta do PSD veio através do coordenador e porta-voz da direção nacional do partido, Marco António Costa, que se manifestou «estupefacto» e «chocado» com as palavras de António José Seguro.
«Dia negro para Portugal foi o dia 17 de maio de 2011», contrapôs, desafiando o secretário-geral do PS a dizer como classifica esse dia, em que foi assinado pelo então Governo socialista um programa de resgate financeiro acordado com o Fundo Monetário Internacional (FMI), a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu, com o qual o PSD e o CDS-PP também se comprometeram.
«Mais negro do que esse dia foi o caminho que nos conduziu a esse dia», acrescentou Marco António Costa.
Na sua intervenção, o porta-voz do PSD alegou que o seu partido quer «libertar Portugal da 'troika'» e evitar «um segundo resgate», enquanto o PS defende uma política de descida de impostos e aumento de despesa que teria como resultado «a perpetuação da 'troika' por muitos anos em Portugal».
Marco António Costa, que hoje de manhã visitou uma empresa têxtil, em Penafiel, para mostrar o "Portugal positivo", apelidou António José Seguro de «porta-voz do Portugal resignado e do Portugal negativista».
O Estado português conseguiu trocar a 3 de outubro de 2012 cerca de 3,76 mil milhões de euros em dívida que estavam na linha de Obrigações do Tesouro que vence hoje, passando-os para uma linha de obrigações que vence em outubro de 2015.
Nessa operação, Portugal reduziu o pagamento que tinha de fazer hoje de 9,6 mil milhões de euros para 5.829 milhões de euros.
Nesta altura, devido a recompras parciais feitas pela Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública - IGCP, Portugal tem de pagar 5.572 milhões de euros.
A linha de Obrigações do Tesouro que vence em outubro de 2015 é agora a maior que Portugal tem de pagar, com um total em dívida, nesta altura, de 13,4 mil milhões de euros.
A linha que vence hoje é a primeira linha de Obrigações do Tesouro cujo financiamento não está integralmente garantido pelo empréstimo do FMI e da União Europeia.