PSD mantém abstenção na votação final global e viabiliza Orçamento Suplementar
Rui Rio diz que não vê razões para mudar o sentido de voto.
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O PSD vai manter a abstenção na sexta-feira na votação final global do Orçamento Suplementar, tal como fez na generalidade, o que significa a viabilização do documento.
"Não vemos razões, pela forma como decorreu a discussão na especialidade, para o PSD mudar o sentido de voto de abstenção", disse à Lusa o presidente social-democrata Rui Rio.
No dia da votação na generalidade, o líder do PSD já tinha admitido que dificilmente o partido mudaria o seu sentido de voto.
"Só se houvesse uma alteração profundíssima é que alterávamos o sentido de voto, penso que não vai haver uma alteração profundíssima, o diploma vai para a votação final mais ou menos parecido", disse.
Rio afirmou por várias vezes que o partido iria analisar o Orçamento Suplementar com vontade de "ajudar", salientando que faria depender o voto não da "aceitação desta ou daquela medida", mas da avaliação se o documento responde às necessidades do país até final do ano face às consequências da pandemia de Covid-19.
O PCP já anunciou o voto contra o Orçamento Suplementar. O partido diz que o documento é "inclinado para os interesses do grande capital, constituindo-se como um instrumento de desigualdade e injustiça".
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Os comunistas deixaram ainda críticas à convergência entre o PS e PSD, lembrando a "urgência de política alternativa de que o país precisa". Ainda em comunicado, o PCP admite que várias propostas endereçadas ao Governo foram implementadas, mas mantém-se "o desequilíbrio inicial entre os benefícios e privilégios ao capital".
Na generalidade, só a bancada do PS votou a favor, mas PSD, BE, PCP, PAN, PEV e a deputada não inscrita, Joacine Katar Moreira, abstiveram-se na votação do documento, que se destina a responder às consequências económicas e sociais provocadas pela pandemia de Covid-19.