
Rui Rio
Manuel de Almeida/Lusa
Rui Rio afirma que o partido vai dar entrada na Assembleia da República com um projeto-lei para adiar as eleições autárquicas até novembro.
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O PSD vai apresentar um projeto de lei que prevê o adiamento das eleições autárquicas por dois meses, para que possam realizar-se entre os dias 22 de novembro e 14 de dezembro, anunciou, esta sexta-feira, o presidente do partido.
Numa conferência de imprensa, no Porto, Rui Rio considerou que o regime excecional e temporário que o partido vai propor para as autárquicas é uma proposta "sensata" e que "defende a democracia" num contexto de pandemia de Covid-19.
"Eu pergunto como é que, numas eleições autárquicas, se consegue fazer campanha sem poder contactar as pessoas", questionou, argumentando que manter a data das autárquicas no calendário previsto serviria apenas "quem está no poder".
LEIA AQUI NA ÍNTEGRA O PROJETO-LEI DO PSD PARA O ADIAMENTO DAS AUTÁRQUICAS.
De acordo com a lei eleitoral para os órgãos das autarquias locais, estas eleições são marcadas "por decreto do Governo com, pelo menos, 80 dias de antecedência" e realizam-se "entre os dias 22 de setembro e 14 de outubro do ano correspondente ao termo do mandato".
Eleições autárquicas em setembro, caso a imunidade de grupo seja atingida no fim de Agosto
Rui Rio relembrou as palavras do vice-almirante Gouveia e Melo, o novo coordenador da Task-Force para o Plano de Vacinação contra a Covid-19, que referiu que "se tudo correr bem", no fim de agosto teremos 70% da população portuguesa vacinada e alcançado a imunidade de grupo.
"Estou muito cético que se consiga 70% das pessoas vacinadas. Mas vamos admitir que isso se consegue: se o Governo conseguir marcar as eleições para setembro, consegue-se fazer campanha eleitoral durante 20 dias. Parece-me, sinceramente, manifestamente curto que se tenha apenas 20 dias de liberdade para se fazer uma campanha", admitiu Rui Rio.
Rui Rio afirma que as eleições autárquicas são diferentes das presidenciais, em que os candidatos "tinham as televisões atrás deles". "Como é que nas eleições autárquicas se consegue fazer campanha sem se contactar as pessoas?", questionou.
Adiamento de 60 dias é suficiente?
"Parece-me excessivo atirar com as autárquicas para março ou para o próximo ano. É um compromisso. Conseguimos fazê-las em 2021", disse Rui Rio.
"Acho que temos de defender é que todos os candidatos tenham forma de passar a sua mensagem ao eleitorado. E, na situação em que estamos, isso não é possível. Este adiamento pode ser curto, se a 31 de agosto não se cumprir a imunidade de grupo", acrescentou.
Sobre as regras para "desconfinamento" referidas na quinta-feira por António Costa, Rui Rio concordou que enquanto não se atingir "um determinado número que venha a ser definido, não podemos desconfinar".
"Esse número, mais do que uma decisão politica, é uma decisão técnica. Temos de ver o que os técnicos dizem. É bom que esses números sejam rapidamente definidos", finalizou.
*com Lusa
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