PSD quer que ministra esclareça encerramento rotativo de urgências de obstetrícia
Deputado Ricardo Batista Leite lamenta que a ministra não tenha mencionado a medida quando esteve, esta quarta-feira, no Parlamento.
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O PSD pede explicações à ministra da Saúde, Marta Temido, por não ter revelado no Parlamento, esta quarta-feira, a medida que prevê o encerramento rotativo de quatro urgências de obstetrícia.
À TSF, o deputado Ricardo Batista Leite lamenta a postura da tutela: "Não fez qualquer referência a esta matéria, escondendo deliberadamente esta decisão e ficando o país e o Parlamento a conhecer a medida apenas através dos jornais".
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O deputado social-democrata exorta agora a ministra a explica as "razões subjacentes" a esta medida, o funcionamento da mesma e, "não podendo acreditar que esta é uma medida permanente", quais os prazos da mesma. "Quando é que voltamos à normalidade?", questionou o deputado, desejando que tal aconteça "com a maior urgência".
Caso Marta Temido não se pronuncie sobre a matéria com a urgência que o PSD pretende, o partido "não deixará de utilizar as ferramentas que tem, por via da Assembleia da República, para colocar a questão diretamente à senhora ministra".
Concelhia de Lisboa lembra nascimentos em Portugal
A Concelhia de Lisboa do PSD criticou hoje o encerramento anunciado de urgências das maternidades em Lisboa entre julho e setembro, sublinhando que este é "precisamente o período do ano em que se registam mais nascimentos em Portugal".
O PSD "lamenta o anunciado encerramento de urgências das maternidades na cidade de Lisboa (...) e exige celeridade na resposta do Ministério da Saúde para não pôr em risco a saúde das grávidas e dos bebés", declarou o partido num comunicado enviado às redações.
"As grávidas e os bebés não podem ficar à espera das promessas eleitorais deste governo. Precisam de resposta imediata e o PSD Lisboa exige ao governo que não encerre as urgências destas maternidades", reagiu a concelhia social-democrata.
O partido lembra ainda que estas maternidades de apoio perinatal diferenciado de Lisboa servem as grávidas da capital, "mas também grávidas da região sul que a elas recorrem ou que para elas são transferidas por se tratar de maternidades de referência e de 'fim de linha'".
O PSD Lisboa aponta ainda para o facto de "há mais de dois anos" o Sindicato dos Médicos e a Ordem dos Médicos virem a alertar para a "falta de obstetras, neonatologistas, anestesiologistas e pediatras", uma situação que "tem vindo a agravar-se", sem que seja conhecida "qualquer medida concreta por parte deste Governo".
"Este governo, que não só nada fez para resolver o problema da falta de especialistas há muito conhecido, como ainda encerrou camas em várias destas maternidades e agora, fruto da sua impotência e incompetência vem propor o encerramento de urgências", critica o partido.
"Com a maior receita fiscal de sempre, com o menor investimento na saúde de sempre, este governo está a pôr em causa a estabilidade do SNS e a empurrar as grávidas para o setor privado", acusa o PSD, recomendando ao governo, "menos propaganda e mais investimento no SNS".