Pedro Passos Coelho disse, a terminar o Congresso do PSD, que «a revolução tranquila que estamos a fazer em Portugal é uma maratona». Mas sem «uma bola de cristal» para ver o fim.
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«A revolução tranquila que estamos a fazer em Portugal é uma corrida de fundo, uma maratona», disse Passos Coelho, no discurso de encerramento do Congresso. «É natural que a oposição tenha mais pressa e o Governo tenha menos pressa. Mas quem começa a correr cedo demais uma maratona, fica à frente nos primeiros minutos, mas normalmente não chega ao fim da corrida».
Ao longo de uma hora, o presidente do PSD reconheceu que «hoje o desemprego é, sem dúvida nenhuma, a principal chaga social que existe em Portugal», prometendo: «nós temos que atacar o problema do desemprego, mas temos que dizer a verdade: não é o Estado que cria emprego».
O primeiro-ministro sentiu necessidade de dizer que «não temos uma bola de cristal para marcar uma data do fim deste caminho, mas temos uma perspectiva do processo. Nós estamos a cumprir com aquilo que todo o país se comprometeu a fazer. Tudo».
Nesta linha de pensamento, Passos Coelho deixou a ideia de que «os sacrifícios não são em vão. Não impomos uma receita de dificuldade por nossa vontade».
O líder do PSD não deixou de abordar os problemas sociais que marcam a realidade portuguesa: «continuaremos a actuar nas questões sociais com equidade de acordo com as nossas possibilidades. Queremos aumentar essas possibilidades, mas isso faz-se com o crescimento da economia». Para Passos Coelho, «nunca faremos demagogia com as questões sociais».
Um exemplo dado no discurso de encerramento: «é importante reconhecer que teve de haver aumentos nos transportes. No prazo de um ano conhecemos aumentos de quase 30% no sector dos transportes. Mas é importante dizer que mais de um milhão de portugueses tiveram acesso a um passe social de valor ainda mais baixo que o que havia antes dos aumentos».
O presidente do PSD não esqueceu Cavaco Silva: «o Presidente da República tem sido um referencial de estabilidade, uma figura que todos respeitamos em Portugal e que tem mostrado colocar Portugal em primeiro lugar. O PR tem cooperado com todos os órgãos de soberania. É importante que o Presidente continue a ser uma figura prestigiada e lhe reconheçam esse exemplo e autoridade».