Porta-voz da força de autoridade adianta que os portugueses "acatam as indicações" dadas pela polícia.
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A Polícia de Segurança Pública faz, até à noite deste sábado, uma avaliação positiva do comportamento dos portugueses no âmbito do recolher obrigatório nos concelhos com alta taxa de incidência de casos de infeção por Covid-19.
À TSF, o porta-voz da PSP, Nuno Carocha, garante que "pontualmente foi-se registando uma ou outra situação, mas contam-se pelos dedos das mãos" os incidentes.
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"As pessoas prontamente acatam as nossas indicações, está tudo a decorrer de uma forma brilhante", garante o representante da PSP, que acrescenta que "não foi preciso conduzir ninguém a casa".
Deste sábado, há a lamentar um episódio de violência no Rossio, em Lisboa, onde foram registados desacatos entre um jornalista do Observador e manifestantes.
"Um pequeno grupo de pessoas, que não concordava com a notícia que um órgão de comunicação social colocou online sobre o número de pessoas que estavam na manifestação, tentou tirar ali a limpo essa discordância com os jornalistas no local", descreve Nuno Carocha, que classifica a situação de "absolutamente inadmissível".
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Sindicato dos Jornalistas condena ameaças a profissionais
O Sindicato dos Jornalistas (SJ) já condenou as ameaças, defendendo que as imagens registadas no Rossio são "suficientes" para a abertura de um inquérito judicial.
Num comunicado hoje divulgado, o SJ "condena e lamenta as ameaças de que foi alvo pelo menos um jornalista, em serviço para o Observador, durante o protesto dos empresários da restauração, este sábado, no Rossio, em Lisboa, conforme é noticiado na pagina online deste órgão de comunicação social".
Segundo o Observador, uma das equipas daquele jornal 'online' e rádio que estava na manifestação "foi ameaçada por manifestantes e teve de ser retirada do local, segundos depois de um dos dinamizadores do protesto ter criticado uma notícia dada pelo Observador, que referia a presença de 200 pessoas na manifestação, e que estava desatualizada".
"Pouco depois daquela crítica ao Observador feita a partir do palco, uma dezena de manifestantes correram irados em direção à equipa da Rádio Observador, facilmente identificada pelo microfone. Perante a ameaça de agressão iminente, a PSP retirou a nossa equipa do local, para garantir a sua segurança", relata aquele jornal, acrescentando que "outros jornalistas presentes no Rossio também foram alvo de ameaças de agressão por parte dos manifestantes".
O SJ "insta a direção do Observador a agir em conformidade, ou seja, a apresentar queixa às autoridades competentes na defesa do jornalista".
Além disso, o sindicato espera que a PSP, "apesar de ter assegurado a integridade física do jornalista, atue em conformidade em relação a quem ameaça, na medida em que este episódio configura um crime público".
O SJ defende ainda que as imagens, divulgadas pelos canais de televisão e sites de órgãos de comunicação social, "de ameaça e insulto aos jornalistas que estavam no Rossio a fazer a cobertura da manifestação são ainda suficientes para que o Ministério Público abra um inquérito para apurar responsabilidades".
O sindicato "apresentará queixa, por considerar que estes atos não podem ficar sem repreensão".
"Vivemos todos tempos difíceis, mas a insegurança ou a revolta não podem justificar nunca ameaças aos jornalistas, que estão no desempenho da sua missão de informar. De resto, não fossem os jornalistas e os protestos não teriam eco na população", salienta.