PSP rejeita "uso substantivo da força" para dispersar habitantes de bairro demolido em Loures
Durante o avanço da máquina mobilizada para as operações, e depois de um reforço policial no local, agentes da Equipa de Intervenção Rápida da PSP intervieram com bastões para afastar os residentes e uma pessoa foi arrastada pelo chão, constatou a Lusa no local
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A PSP rejeita ter exercido um "uso substantivo da força" para afastar os moradores do Bairro do Talude Militar, que está a ser demolido esta segunda-feira.
A execução de demolições de casas autoconstruídas no Bairro do Talude Militar, ordenadas pelo município de Loures, esteve envolto de grande tensão, com a polícia a ter afastado à força moradores concentrados no local para tentar impedir a operação. Durante o avanço da máquina mobilizada para as operações, e depois de um reforço policial no local, agentes da Equipa de Intervenção Rápida da PSP intervieram com bastões para afastar os residentes e uma pessoa foi arrastada pelo chão, constatou a Lusa no local.
Em declarações à TSF, a sub-comisário da PSP Ana Ricardo esclarece que, à chegada desta força policial, "houve um conjunto de cidadãos que tentaram impedir a passagem". Contudo, depois de ter sido dada a ordem de dispersão, os cidadãos "acataram e os trabalhos decorrem dentro da normalidade".
Os membros da PSP presentes no terreno consideraram ainda assim que "seria conveniente que se deslocassem mais polícias para o local", mas Ana Ricardo garante que, até agora, "não houve qualquer altercação que implicasse um uso substantivo da força".
A sub-comissário da PSP adianta ainda que nestes casos não é necessário haver um mandado judicial, pelo que a força policial se limitou a responder a um pedido da Câmara Municipal de Loures.
"Em todas estas operações, a função da PSP é garantir a manutenção da ordem pública e a segurança de todos os intervenientes", sublinha.
Em comunicado enviado à TSF, a Câmara de Loures confirma a demolição de 65 construções ilegais no Talude Militar, no âmbito da sua política de combate à ocupação ilegal do território. A nota acrescenta que 56 dessas construções eram ocupadas por 103 adultos e 58 menores, sendo que 43% dos agregados identificados têm morada fora do concelho de Loures. Em nove casos, não foi possível recolher a identificação das famílias.
A autarquia reitera que não permitirá a proliferação de mais construções ilegais no concelho, mantendo uma política de tolerância zero para situações que violem o ordenamento do território e coloquem em risco a segurança e a saúde públicas. O município reafirma que está disponível para colaborar com todos os que procurem soluções legais e seguras, mas não aceitará a edificação descontrolada de barracas.