A presidente da Fundação Champalimaud, Leonor Beleza, desvalorizou a polémica em torno da tutela do QREN, considerando que é «uma história mínima» e «uma reprodução» do passado.
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À margem da apresentação do livro "Portugal 2020. Entre o Sucesso e a Irrelevância", uma iniciativa do projeto Farol, em Lisboa, Leonor Beleza realçou que a discussão sobre a gestão dos fundos comunitários «não é nova», realçando que «não é primeira vez que a questão de quem gere os fundos estruturais é tão discutida entre as Finanças e a Economia».
«Ainda antes de sermos membros da comunidade europeia, durante o governo de Bloco Central, houve uma discussão infinita sobre quem iria, na altura, gerir os fundos estruturais», recordou a antiga ministra da Saúde.
Em declarações aos jornalistas, a presidente da Fundação Champalimaud disse que a polémica sobre a transferência da tutela efetiva do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) para o Ministério das Finanças «é uma reprodução de uma história que vem de trás, mas é infinitamente menos interessante do que a conjugação de esforços necessários para a mudança».
De acordo com Leonor Beleza, «para que Portugal se insira na realidade da globalização em 2020, é preciso que haja alterações muito importantes, que devem envolver os cidadãos em geral, da forma mais consensual possível».
A polémica sobre a gestão do QREN surge depois de vários órgãos de comunicação social terem noticiado que a gestão dos fundos comunitários passaria da tutela de Álvaro Santos Pereira para a do ministro das Finanças. Posteriormente, o primeiro-ministro esclareceu, na madrugada de domingo, que a coordenação do QREN se manteria no Ministério da Economia mas que Vítor Gaspar teria uma palavra decisiva sobre a reafetação dos fundos.