Antigo líder social-democrata pede mais "debate, escrutínio e ideias diferentes" sobre uma questão que considera "séria".
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Marques Mendes defende que a qualidade dos decisores políticos tem vindo a diminuir, em Portugal, de legislatura para legislatura. O antigo líder do PSD defende que é preciso que a sociedade seja mais exigente com os políticos.
"Tem vindo a diminuir, em Portugal, a qualidade do decisor político. De legislatura para legislatura nota-se isso, de eleição para eleição nota-se isso. Sem prejuízo de que, muitas vezes, os melhores da nossa sociedade não querem ter intervenção política por várias razões e condicionantes", ressalvou na apresentação do livro "E Agora Portugal", do deputado social-democrata Eduardo Teixeira.
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Destacando que esta é uma questão "séria" que já ultrapassou o "chavão" da necessidade de aproximar os eleitos dos eleitores.
"É a questão da qualidade do decisor político no plano da competência, da coragem, da credibilidade, da visão estratégica. Alguém que seja capaz de pensar a médio prazo e não apenas no curto prazo, alguém que tenha coragem para decidir e não apenas coragem para falar", destaca o conselheiro de Estado, acrescentando que estas são questões que passam ao lado do "debate tradicional".
A gestão destes temas deve ser feita, defendeu Marques Mendes, com "equilíbrio" e "bom senso" que permitam a melhor abordagem a um tema que é "sério".
"Exige-se debate, escrutínio, contraditório, ideias diferentes" entre agentes políticos, partidos, sociedade e, acima de tudo, decisores políticos, defendeu. "Se não houver um impulso de fora para dentro, da sociedade para quem tem a responsabilidade de decidir, as coisas tornam-se muito mais difíceis", alertou no final da intervenção. No público estiveram várias caras do PSD, entre elas Pedro Passos Coelho, Maria Luís Albuquerque e Carlos Abreu Amorim.