Quase 140 ligações de comboio foram suprimidas até às 22h00 de domingo, devido à greve dos trabalhadores ferroviários de segunda-feira.
Corpo do artigo
De acordo com dados fornecidos por fonte oficial da CP, até às 22h00 deste domingo foram suprimidas 137 ligações de comboio, das quais 15 de longo curso, 85 regionais e 37 do serviço urbano do Porto.
Os trabalhadores ferroviários da CP, Medway e Takargo estão em greve, entre as 0h00 e as 23h59 de segunda-feira, contra a possibilidade de circulação de comboios com um único agente, e desde logo se estimavam perturbações já no dia de hoje.
Os árbitros do Conselho Económico e Social (CES) não definiram serviços mínimos para a greve, impondo apenas a realização de comboios de socorro e o transporte de mercadores perigosas ou perecíveis. A CP não vai disponibilizar transportes alternativos.
Os ferroviários contestam que sejam feitas alterações ao Regulamento Geral de Segurança (RGS) com o objetivo de reduzir custos operacionais.
Em novembro, os sindicatos dos ferroviários suspenderam uma greve após terem acordado com o Governo que a redação do regulamento de segurança iria ser melhorada de forma a garantir que cada comboio circularia sempre com um maquinista e um revisor ou operador de mercadorias.
Atualmente, os comboios circulam sempre com dois trabalhadores, exceto na Fertagus que, ao abrigo do RGS, pode funcionar excecionalmente com agente único entre Setúbal e o Pragal.
Os sindicatos que marcaram as greves - CGTP, UGT e independentes - consideram que "a circulação de comboios só com um agente põe em causa a segurança de trabalhadores, utentes e mercadorias" e defendem que "é preciso que não subsistam dúvidas no RGS".
As greves de 4, 12 e 13 de junho vão abranger todos os trabalhadores ferroviários da CP, Medway e Takargo e todo o tipo de trabalho das 0h00 às 24h00 desses dias.
O secretário de Estado das Infraestruturas, Guilherme W. d'Oliveira Martins, defendeu, este domingo, que a greve "não tem justificação material" e explica que os sindicatos marcaram a paralisação contra um regulamento que existe desde 1999, que nunca foi alterado e nem vai ser.
O secretário-geral da CGTP, que esteve na estação do Rossio a solidarizar-se com a greve dos ferroviários, disse que estão "a defender os seus postos de trabalho", e alertou que 600 postos diretos podem desaparecer, além de 400 indiretos.
Arménio Carlos explicou que está a ser desenvolvido um processo para, no próximo ano, todos os serviços de transporte estarem colocados "perante uma situação de concessão e uma abertura de concursos para aqueles que estiverem interessados". O que está "em marcha" é os candidatos a essa concessão saberem de antemão que, "se ganharem o concurso, podem dispensar centenas de trabalhadores", alertou.