Incêndio deflagrou na madrugada de segunda-feira.
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Um incêndio florestal que deflagrou na segunda-feira na freguesia da Ponta do Pargo, extremidade oeste da ilha da Madeira, está esta terça-feira a ser combatido por seis corporações de bombeiros, numa altura em que o vento dificulta as operações. O presidente da câmara da Calheta já admitiu "temer o pior".
Por volta das 16h, os bombeiros começaram a vencer a batalha contra as chamas, depois de estas terem representado perigo para as várias habitações no local.
À TSF, Vítor Hugo, jornalista do DN Madeira, explica que "chegaram a ser retiradas pessoas das suas casas", dado que as habitações chegaram a estar ameaçadas pelas chamas em Corujeira.
Esta terça-feira, o tempo na Madeira está "muito quente e com muito vento", pelo que tem sido "quase impossível" travar as chamas. O cenário está a trazer recordações de há quatro anos, quando "uma vaga de incêndios" nesta mesma zona da Madeira deixou a população "em pânico". "Há zonas muito inacessíveis, a floresta não o permite e há muito combustível inerte."
Há suspeitas de que este incêndio tenha tido origem numa ação criminosa. Sobre o helicóptero destacado para situações deste tipo na Madeira, sabe-se que o contrato que foi assinado pelo Governo Regional com a empresa responsável pelo mesmo "terminou em novembro". O concurso público será retomado em junho.
Ar quente e seco vindo de África
A delegação da Madeira do Instituto Português do Mar e da Atmosfera explica que o calor no arquipélago deve-se a uma massa de ar quente, já conhecida e típica, a que se dá o nome de "Tempo de Leste" e que acontece por vezes entre fevereiro e abril.
Ainda assim, a indicação é de que há quase 50 anos que a cidade do Funchal não aquecia tanto em fevereiro: registou 26,1ºC face aos 26,7ºC que se registaram em fevereiro de 1971. Patrícia Gomes, do IPMA, explica que esta "não é uma situação muito normal para esta altura do ano", embora não seja inédita.
"Deve-se a uma corrente de Leste que transporta ar quente e seco do Norte de África e que chega à Madeira", fazendo com que as temperaturas máximas e mínimas estejam acima do normal para esta época.
O incêndio deflagrou inicialmente no sítio da Lombada Velha, às 5h16 desta segunda-feira, e desde então têm ocorrido pequenos focos em várias localidades da freguesia.
O tempo quente e seco que se faz sentir na Madeira, com as temperaturas a ultrapassar os 25 graus, ocasionou já vários focos de incêndios rurais um pouco por toda a ilha.
(Notícia atualizada às 16h25)