Há um incêndio que dura há mais de um ano em Portugal. "Situação ainda é de risco"
Antigas Minas do Pejão ardem desde 15 de outubro de 2017. Situação ainda é complexa.
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A empresa pública responsável pela extinção do incêndio que dura há um ano e três meses nas Minas do Pejão, em Castelo de Paiva, espera conseguir apagar de vez o fogo nos próximos quatro meses.
A previsão é avançada à TSF pela Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM), que adianta que assinou, há dias, um contrato com uma empresa que irá tentar parar o fogo subterrâneo que atinge o carvão no subsolo desde os maiores incêndios a atingir Portugal, a 15 de outubro de 2017.
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Um complexidade que só se detetou mais tarde
A EDM garante que os meios no terreno estão "ajustados e adaptados às necessidades". Entre outros, dois bulldozers pesados, quatro viaturas pesadas e dois veículos ligeiros de combate a incêndios, oito elementos especializados de combate a incêndios, equipamento proteção e monitorização, três técnicos de apoio e uma equipa de mecânica de prevenção.
Nas últimas semanas, o Governo foi questionado por deputados do PS e do BE sobre a demora na extinção deste fogo, com receios para a saúde pública e acusações de falta de meios.
A empresa pública justifica-se numa resposta por escrito à TSF com "a complexidade dos materiais" que existem na última escombreira em chamas, numa "complexidade só percecionada no decorrer dos trabalhos de extinção", "bem como a elevada temperatura no seu interior".
Questionada sobre a previsão para extinguir o fogo, a EDM responde com os quatro meses previstos no concurso público para fazer esse trabalho.
Temperaturas entre 600 a 700 graus
O presidente da Câmara Municipal de Castelo de Paiva admite que nunca pensara que o fogo durasse tanto tempo, mas adianta à TSF que está confiante de que é desta que as chamas serão finalmente extintas, depois de já se ter conseguido apagar três do quatro focos surgidos em outubro de 2017.
Gonçalo Rocha também espera que em quatro meses a questão se resolva, a não ser que surja mais algum problema, mas admite que prefere não apresentar um prazo concreto - até para que as expectativas otimistas não saiam furadas. A "situação ainda é de risco com temperaturas entre 600 a 700 graus".
Gonçalo Rocha acredita que o fogo não entrará "nos perfis mais profundos das galerias de carvão", gerando "consequências muito mais gravosas". O autarca está convencido de que não há mais a fazer e que os meios no terreno são competentes e suficientes.