De Sintra a Montemor-o-Velho, passando pela ilha Graciosa, no Dia Mundial da Pastelaria provamos três queijadas especiais.
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Sete bicos dão forma à Queijada de Pereira . O pequeno doce de queijo fresco de leite de ovelha, gemas de ovo, leite e açúcar tem fabrico artesanal e é cozido em forno de lenha.
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A referência escrita conhecida mais antiga sobre a Queijada de Pereira remonta a 1513. Nesse ano, Pereira, no concelho de Montemor-o-Velho, recebeu foral novo dado pelo rei D. Manuel I.
No documento podia ler-se que era um dos produtos isentos de portagem: "a qual portagem se não pagará de todo o pão cozido, queijadas, biscoitos, farellos, nem de ovos, nem de leite...". Mais tarde, em 1748, o Real Colégio das Ursulinas de Pereira terá sido o ponto de partida para a divulgação do pequeno doce dos sete bicos.
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No Dia Mundial da Pastelaria, a TSF foi também conhecer a história da Queijada da Sapa em Sintra, a mais antiga da região, que já vai na quinta geração a caminho da sexta.
Originalmente instalada em Ranholas, onde se encontravam a maior parte dos fabricantes de queijadas da região, foi com a inauguração dos caminhos-de-ferro, em 1887, que a fábrica das queijadas da Sapa se veio a instalar na Vila de Sintra.
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Na fábrica de queijadas da Sapa, a receita tem passado de geração em geração, sempre com preocupação de manter intacta a receita original, e inclui queijo fresco, açúcar, ovos, farinha e canela.
https://www.facebook.com/queijadasdasapa/posts/10157170358701505
Tem a forma de uma estrela e é tão cremosa que faz lembrar doce de leite com um cheirinho a canela. A Queijada da Graciosa surgiu, em 1991, pela mão de Maria de Jesus Félix e hoje em dia é a filha que gere a fábrica.
Os ingredientes são também dos Açores e as queijadas receberam, em 2015, o selo da marca "Açores certificado pela natureza", tornando-se o primeiro produto da região a receber este tipo de certificação.
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https://www.facebook.com/queijadasdagraciosaoficial/photos/a.589607081053031/2614841738529545
Antes de ser comercializada, esta queijada era conhecida como "Covilhete de leite" e era uma especialidade da ilha Graciosa que não faltava em qualquer festa ou reunião familiar. Atualmente, a confeção restringe-se à Vila da Praia e daí este doce ser conhecido localmente por "Queijadas da Praia". Fora da ilha, assumem a designação de Queijadas da Graciosa.