Não é só no futebol que Portugal vence competições internacionais. Sem Ronaldo, Nani e Pepe, foram os ingredientes portugueses a assegurar a vitória em Nápoles, no Troféu das Nações das pizzas.
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A seleção portuguesa de pizzaiolos conquistou, em Nápoles, o título mundial da especialidade, ao impor-se, logo na estreia, a 15 equipas integrando 80 concorrentes, em representação de igual número de nações, incluindo a anfitriã Itália.
A formação nacional, constituída pelos dois primeiros classificados das três categorias que integram o Campeonato de Portugal, foi liderada por Antonio Mezzero, italiano de nascimento, mas naturalizado português e organizador daquela competição.
"O nível dos ingredientes, 100% produtos portugueses, e o trabalho feito com muita paixão foram a chave do êxito", que se traduziu na conquista do Troféu das Nações, no Campeonato do Mundo. Portugal - segundo Antonio Mezzero - foi a única seleção que apresentou sei pizzas diferentes com ingredientes de todo o país.
Alentejo (queijo de ovelha e de cabra, paio de porco preto e tomate), da autoria de Fábio Silva, da Pizzeria Gastrófilo; Algarve (mexilhão, camarão da costa, choquinhos e salicórnia da ria Formosa), assinada por Daniel Batista, da Pizzeria Moura Pão; Lusitana (queijo da quinta da Aveleda, presunto de Chaves, tomate-cereja e rúcula selvagem), uma criação de Flávio Ribeiro, da Pizzeria Al Forno; Serra da Estrela (queijo Serra amanteigado, presunto e rúcula biológica), fruto da inspiração de Casimiro Santos, da Pizzeria L" Artista; Porto (sardinhas, broa de milho, azeitonas e presunto), com a chancela de João Almeida, da Pizzeria S. Martino, Porto, foram as pizzas e respetivos ingredientes submetidos a concurso. Rute Mazza (Pizzeria Il Siciliano, Cascais) também integrou a seleção.
Para que o triunfo, perante tão forte concorrência e face a um júri formado por antigos campeões e especialistas na matéria, se concretizasse, Antonio Mezzero reconheceu que a seleção teve "aquela pontinha de sorte".
"A massa estava no ponto ideal, os ingredientes à temperatura certa. Por isso, ganhámos pela autenticidade dos produtos portugueses", sublinhou o mister da seleção portuguesa, que acabou por desempenhar o papel de jogador e treinador.
Mas Antonio Mezzero (Pizzeria Pulcinella, Matosinhos) não se limitou a dar tática: demonstrou ser mestre na arte de bem-fazer pizzas e sagrou-se vice-campeão individual, entre 480 concorrentes, na categoria Pizza Clássica, com a criação Amália.
"A pizza a que dei esse nome, por combinar bem as palavras 'Amo' e 'Itália', tem muita gente amiga por detrás, incluindo vários chef, que me foram dando algumas dicas", explicou o líder de uma seleção que se apresentou a rigor, com uniforme a condizer, outro aspeto causador de muito boa impressão, pela disciplina coletiva revelada.
A proeza conquistada traz acrescida responsabilidade e Mezzero pretende "apurar a técnica", pois outros concorrentes, oriundo de cidades como Buenos Aires ou Tóquio, por exemplo, revelam outro ritmo.
O próximo Europeu está já à porta, decorre em novembro próximo e, no próximo ano, o Mundial volta a ter Itália como palco, desta vez em Parma.