Queixas à Ordem dos Enfermeiros: pessoas de baixa ou em teletrabalho estarão a ser vacinadas

Ana Rita Cavaco, Bastonária da Ordem dos Enfermeiros
Nuno Pinto Fernandes/ Global Imagens
A bastonária dos enfermeiros, Ana Rita Cavaco, revela que já deu conta destas preocupações ao Ministério da Saúde.
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A Ordem dos Enfermeiros tem recebido várias queixas de que estarão a ser vacinadas nos hospitais e centros de saúde pessoas que não estão na linha da frente no combate à Covid-19, nomeadamente profissionais em teletrabalho ou de baixa prolongada.
"Recebemos de Penafiel, do Garcia de Orta, do Hospital de Santa Maria, do Hospital de São José, etc.Todas elas nós fizemos questão de encaminhar para que se possa perceber porque é que se está a optar por vacinar, por exemplo, pessoas que estão a fazer teletrabalho ou que estão de baixa há muito tempo e não tiveram contacto com doentes", adianta à TSF, a bastonária dos enfermeiros Ana Rita Cavaco.
A bastonária dos enfermeiros insiste ainda na importância de vacinar "os estudantes de enfermagem que estão a fazer ensino clínico e que estão em contacto direto com os doentes".
Ana Rita Cavaco revela que já deu conta destas preocupações ao Ministério da Saúde, "com conhecimento às entidades oficiais, para que se possa perceber porque é que a opção foi vacinar aquelas pessoas primeiro e não as outras".
Médicos também se queixam
Também a secção regional do Centro da Ordem dos Médicos(OM) tem recebido " numerosas" queixas de profissionais do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.
"Estou a falar de colegas que fazem serviço de urgência, de médicos anestesistas, de pneumologistas que trabalham diretamente com doentes Covid-19, entre outros, que têm exprimido a sua preocupação por não estarem a ser vacinados", revela Carlos Cortes.
O médico adianta que estes profissionais até podiam não estar a ser vacinados visto não haver ainda a quantidade de vacinas necessárias para todos. No entanto," outros profissionais não incluídos nos critérios prioritários estão a ser vacinados ", diz o responsável pela Ordem.
Carlos Cortes considera que esta situação é de " difícil compreensão". "Da parte do hospital há muito mais do que um erro", afirma. Na opinião do médico esta decisão "desrespeita as linhas definidas pela task-force da vacinação e pelo Ministério da Saúde".
A OM fez um comunicado apelando ao CHUC para respeitar as normas instituídas no processo de vacinação.
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