A TSF foi até Vouzela para tentar perceber quem é Idalécio Oliveira, o único português que até agora viu o nome associado à maior fuga de documentos da história, relacionada com offshores.
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Quem vê de fora diria que não está ninguém em casa, uma vulgar vivenda, equipada com videoporteiro e uma antena parabólica nas traseiras. A habitação, na rua principal de Queirã, está em silêncio e de persianas fechadas. É preciso insistir na campainha para que a porta se abra. Quem abre a porta e vem à rua é um homem com mais de 60 anos, veste casaco de malha e calças claras. Recusa fotografias e não quer dar entrevistas, mas assume-se como Idalécio Oliveira. Não comenta o aparecimento do seu nome nos chamados "Documentos do Panamá" nem a relação que terá tido com a Mossack Fonseca.
Naquela casa, segundo confirmou a TSF, costuma morar o seu irmão. Idalécio, esse, anda mais vezes pelo estrangeiro. Passa de quando em vez pela terra, ficando ou na casa da família ou numa das suas propriedades de turismo rural.
No café da aldeia, um primo, que não quis gravar declarações, conta que depois do serviço militar emigrou para o Luxemburgo e, mais tarde, para a Suíça, onde teve negócios ligados ao comércio, que estendeu à Europa e a África.
Na sede do concelho, quem o conhece também recusa gravar declarações, mas são muitos os que se lembram dos negócios imobiliários que fez na década de 90. Várias quintas, na vila e nas localidades limites, foram compradas por Idalécio Oliveira, que chegou a ter algumas ao abandono. Parte da água que abastece a vila de Vouzela é captada nas suas propriedades, que de há dois anos a esta parte, têm registado vários investimentos.
Homem de vários relacionamentos, esteve casado com uma sobrinha de um governante angolano, diz quem o conhece bem em Vouzela, assumindo que é proprietário da Quinta do Fontelo, um turismo rural inserido numa propriedade de uma dezena de hectares. Tem uma equipa a trabalhar num projeto de investimento para a construção de um hotel, que tenciona construir no concelho de Vouzela.