"Quem matou e quem mandou matar Marielle Franco?" Um ano depois, faltam todas as respostas
Estão marcadas concentrações para Lisboa, Coimbra, Porto, mas também para Paris, Londres, Madrid. No Brasil, nos Estados Unidos e na Austrália, também vai haver gente nas ruas a exigir justiça.
Corpo do artigo
"Vamos repetir o mesmo grito de indignação pela falta de resposta que o Estado brasileiro dá a essa grave execução que ocorreu com uma das lideranças mais jovens e atuantes do Brasil", explica Bruno Falci, do Coletivo Andorinha, Frente Democrática Brasileira de Lisboa.
Este grupo, que luta pela defesa da democracia brasileira, sublinha que a data coincide com a detenção de dois suspeitos do assassinato da vereadora brasileira. "O avanço das investigações dá-se por pressão popular nacional e internacional. A Amnistia Internacional esteve sempre em cima do Governo para saber quem matou Marielle e quem mandou matar. Hoje sabemos que quem matou foram dois policias militares aposentados. Esta é só a ponta do icebergue."
O Presidente Jair Balsonaro já afirmou que quer descobrir quem mandou matar Marielle Franco, mas para Bruno Falci a investigação devia ser entregue a uma entidade externa. Diz que não confia no Estado brasileiro.
"As milícias estão muito presentes dentro do Estado. No próprio dia em que Marielle foi assassinada, cinco câmaras de vigilância, naquele local, estavam desligadas. Foram desligadas um dia antes do assassinato e não sabemos porquê. Não temos confiança no Estado brasileiro."
Marielle Franco, vereadora do Partido Socialismo e Liberdade, foi assassinada na noite de 14 de março de 2018, quando viajava de carro pelo centro do Rio de Janeiro, depois de participar numa iniciativa com mulheres negras.
Em Lisboa, a concentração para assinalar o primeiro ano do assassinato de Marielle Franco está marcada para as 18h, na Praça Luís de Camões.