Quem somos, como vivemos e para onde vamos? Uma fotografia de Portugal e dos portugueses
Para assinalar o 10.º aniversário da base de dados portuguesa, a Pordata vai organizar três conferências para debater o caminho percorrido por Portugal no passado e as tendências para o futuro.
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Quem somos? Como vivemos? E para onde vamos? São estas as questões que a Pordata pretende debater, quando se assinalam dez anos de existência da base portuguesa de dados e estatísticas oficiais.
David Lopes, diretor-geral da Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS, a entidade que criou e gere a Pordata), diz à TSF que, a partir dos dados disponibilizados pela Pordata, é possível fazer uma análise de evolução do país.
"Temos a possibilidade de ver a evolução dos principais indicadores sociais e económicos do país, portanto, permite-nos perceber a trajetória de muitas das opções e políticas públicas, o resultado daquilo que é o investimento, o trabalho das empresas, o trabalho dos portugueses, os rendimentos, o Estado social,... Em primeiro lugar, dá-nos esta perspetiva, e, ao mesmo tempo, contribui para que possamos formar a nossa própria opinião", refere David Lopes.
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"Acreditamos que estudantes, professores, investigadores e jornalistas façam desta base de dados uma ferramenta útil diária e acreditamos, também por isso, que a Pordata possa contribuir para a qualidade da nossa democracia", acrescentou.
Por este motivo, a Pordata realiza, esta quarta-feira, a primeira de três conferências para discutir os dados que na última década sistematizou, e que permitem tirar uma fotografia do país.
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Nesta primeira conferência, a demografia será o tema fundamental. "Portugal tem hoje mais 114 mil pessoas acima dos 85 anos. Temos mais avós que netos. Mas o envelhecimento não é, de forma nenhuma, uma coisa negativa. Só o será se nós não conseguirmos ter uma situação de apoio social e, sobretudo, de resiliência económica", alerta este responsável da FFMS. "A nossa taxa de fecundidade é muito baixa, somos hoje o quinto país mais envelhecido do mundo. Em 2050, o país pode ter menos um milhão de pessoas do que tem hoje."
Para os próximos anos, a Pordata tem opor objetivo "ver melhor, com mais detalhe e de forma mais dinâmica", os territórios do Interior. "Para que a questão da desertificação possa ser mais entendida e contrariada, se for essa a intenção do país", afirma David Lopes.
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A primeira conferência para celebrar os 10 anos da Pordata tem lugar esta tarde, no Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa. A segunda conferência irá realizar-se em Faro, a meio deste ano. Para o final de 2020, fica uma procura de respostas à pergunta para onde vamos, que acontecerá no Porto.