Quem tem cadernetas vai deixar de poder levantar dinheiro. Deco quer cartões gratuitos
Os bancos vão fornecer cartões de débito gratuitos para os clientes que vão perder a hipótese de fazer movimentos com as cadernetas. Porém, a informação é escassa e a gratuitidade é apenas no primeiro ano, uma decisão contestada pela Deco.
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Os clientes com caderneta bancária vão deixar de poder fazer pagamentos ou levantamentos de dinheiro ainda este mês. Os bancos vão fornecer cartões de débito sem custos no primeiro ano, mas a Deco alerta para a falta de informação para os anos seguintes.
As atuais cadernetas não respeitam as normas de segurança da União Europeia, o que levou os bancos a mudar a forma de trabalhar e, segundo o Correio da Manhã , as cadernetas chegam mesmo ao fim no dia 14 de setembro.
Sónia Covita, coordenadora da área de serviços financeiros da Deco, explica que o mais grave é a "ausência de informação" e o "desconhecimento" por parte dos clientes.
"Na prática o que tem estado a suceder é que as pessoas estão a ser confrontadas com esta mudança quando ainda não tinham sido avisadas e, na maior parte dos casos, não sabem exatamente como é que vai funcionar nem o que vai acontecer no futuro", justifica a responsável.
A Deco recorda que até agora a "caderneta é gratuita" e que, a partir de agora, vai deixar de ser possível fazer movimentos. Assim, os bancos anunciaram que vão fornecer um "cartão de débito que será gratuito no primeiro ano".
"Quando terminar este ano o que é que vai acontecer a estas pessoas?", questiona, frisando que "provavelmente serão confrontadas com um custo acrescido". A título de exemplo, Sónia Covita recorda que o custo do cartão de débito da CGD é de 18 euros. "Para estas pessoas que usam a caderneta - estamos a falar de pessoas com mais idade e na maior parte dos casos com recursos financeiros mais reduzidos - 18 euros por mês faz diferença no orçamento familiar", reforça.
Assim, a Deco discorda que passe a ser pago um valor por um serviço que era gratuito. "Se até aqui a caderneta era gratuita, não faz sentido que seja dada uma benesse de um ano e que ao fim de um ano as pessoas sejam surpreendidas com estes valores", acrescentou.
"É uma alteração imposta, não foi solicitada pelas pessoas. Se fossem os consumidores faria sentido, mas está a ser imposto, deveriam ser mantidas as condições de até agora, ou seja, ser gratuito", concluiu a coordenadora da área de serviços financeiros da Deco.