Um estudo da Fundação FMS sobre fecundidade em Portugal revela que as mulheres têm em média filhos aos 30 anos e que quem tem um nível de escolaridade mais elevado pensa menos em ser mãe e pai.
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Quem está a adiar o nascimento dos filhos? O que pode ou não determinar a decisão de ter, ou não, filhos? O que leva um casal a não ter um segundo filho?
As respostas até podem não ser surpreendentes mas servem para refletir.
As mulheres têm em média o primeiro filho aos 30 anos e 25 por cento não espera ter mais do que um. O estudo sobre a fecundidade revela que 8 por cento dos portugueses em idade fértil não tem nem quer ter filhos.
O estudo realizado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS) em parceria com o Instituto Nacional de Estatística (INE) revela que são vários os motivos para que a decisão de ter filhos seja cada vez mais adiada: o prolongamento dos estudos, o momento da entrada no mercado de trabalho, a instabilidade conjugal, a saída tardia de casa dos pais, o discordar que ter um filho é essencial para a realização pessoal ou ainda pensar que não poderão garantir aos filhos um bom futuro.
Cerca de 25 por cento dos inquiridos esperam ficar por um único filho e a decisão de ter mais está condicionada pela presença do pai e da partilha de tarefas domésticas.
O nível de escolaridade também condiciona a vontade de ter filhos: quem não tem filhos tende a ter níveis de instrução mais elevados. 59 por cento dos homens e 75 por cento das mulheres sem filhos têm o secundário ou mais; 61 por cento dos homens e 51 por cento das mulheres com filhos, têm no máximo, o 3º ciclo de escolaridade.
O estudo revela ainda que 61 por cento das mulheres e homens têm filhos e apenas 8 por cento da população portuguesa em idade fértil não tem nem tenciona vir a ter. Em 2012, 2013 e 2014, Portugal registou o índice de fecundidade mais baixo de toda a União Europeia.