Desde as 15:00, e durante mais de duas horas, muitas foram as frases de revolta que se ouviram junto da residência de Carlos Costa, de onde dezenas de lesados do papel comercial do Banco Espírito Santo não arredaram pé.
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Clientes vindos de muitos pontos do país, como José Monteiro, que contou à TSF que viajou desde Gaia, para se manifestar enquanto cidadão enganado pelo Banco, mas também indignado com o Governador do Banco de Portugal: «Quando isto aconteceu ficámos tranquilos, porque Novo Banco sempre disse que ia pagar, até que o Dr. Carlos Costa decide tomar esta posição (...) e dizer não é para pagar».
«Mais do que o meu dinheiro, é o dinheiro das milhas filhas, que eu sempre eduquei para a poupança. E elas juntaram o 'dinheirinho' todo, puseram-no, e está lá. Agora, inclusive, uma delas quer continuar a estudar e eu vou ter de arranjar o dinheiro de outra forma», lamenta Carlos Esteves, um dos membros da Associação dos Lesados e Indignados do Papel Comercial do BES.
Marta Lesto, de Rio Maior, outra das lesadas sublinha que «tem que existir uma saída, porque num país como este é indecente que roubem as poupanças de uma vida a pessoas idosas», salientando que se trata de «um drama para cerca de 2500 famílias. E é por isso que estamos à porta do Governador do Banco de Portugal, que é um incompetente».
O protesto ficou marcado pela presença de um forte contingente policial, com cerca de 40 agentes da PSP e elementos da Equipa de Intervenção Rápida, que fizeram um cordão de segurança em redor do edifício, junto da Marina Parque das Nações.
Ilda Salva, de Lisboa, outra das lesadas, que esteve na manifestação junto à FIL, da parte da manhã, considera o contingente policial «desmedido», perante «pessoas de trabalho e de muito esforço, de mulheres e crianças».
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