O eurodeputado José Gusmão quer que a esquerda tenha força para se impor. O Bloco "não será parte do problema" da "política mínima", garante. "Queremos uma esquerda - Bloco e PCP - que fale melhor entre si, para falar mais alto com o Governo."
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José Gusmão exortou, neste segundo dia de XII Convenção Nacional, a esquerda a unir-se, defendendo "uma esquerda - BE e PCP - que fale melhor entre si". Em relação ao Executivo socialista, no entanto, foram endereçadas muitas críticas, sobretudo por, segundo o eurodeputado, se ter recusado a criar postos de trabalho fixos e de ter contratado "precários para a pandemia".
"Há cerca de meio ano um ex-ministro das Finanças nostálgico resolveu recomendar ao Governo que respondesse à crítica atuando na margem, com medidas provisórias, mínimas." E é "isso que temos tido", garante José Gusmão: "Uma política mínima para uma crise máxima."
Mesmo depois das regras orçamentais, o Executivo deixou sete mil milhões de euros por executar em 2020, diz o eurodeputado, acenando com uma "política mínima em Portugal para uma nota máxima em Bruxelas". E esta 'poupança' aconteceu, mesmo tendo em conta que o SNS se revelou a maior barreira na luta contra a pandemia de Covid-19. "O país recusou investir no seu fortalecimento."
José Gusmão defendeu que o SNS deu força ao país e não recebeu essa mesma força em troca. "O Governo não largou a defesa da legislação laboral da troika", lamentou ainda o eurodeputado. Outra das críticas lançadas por José Gusmão prende-se com "dois grandes conflitos" que o "Governo de Costa na nova era provocou": a recusa de auditoria prévia ao Novo Banco antes de nova injeção na Lone Star, e a precarização. Na perspetiva do eurodeputado, as duas realidades provocaram uma situação de "política mínima, desigualdade máxima", que permite a dispensa de "enxurradas de dinheiro que faltam ao SNS", e que se caracteriza pela falta de estratégia de flexibilização financeira.
Numa situação como a que José Gusmão apresenta, o Bloco "não será parte do problema" da "política mínima", assevera. "Queremos uma esquerda - Bloco e PCP - que fale melhor entre si, para falar mais alto com o Governo, que use a força que tem para impor-se." Os focos dessa defesa conjunta já estão há muito decididos: o SNS, a habitação social, justiça, direitos laborais e transição energética.
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