SOS Racismo aplaude o Relatório da AR, mas defende que as quotas são importantes mas para resolver o problema de fundo é preciso "mudar tudo".
Corpo do artigo
O ativista da organização do SOS Racismo José Falcão acusa o Alto-comissário para a Imigração e Minorias Étnicas de não cumprir com a obrigação de apresentar um estudo anual sobre a integração em Portugal.
O documento que até agora tem sido apresentado pelo Alto-comissário para a Imigração e Minorias Étnicas "não tem nenhuma validade, não é sério, e tem sido apenas uma listagem das atividades que o Alto-comissário vai fazendo", condena.
Em declarações esta manhã no Fórum TSF, o ativista aplaude, por outro lado, o relatório preliminar de um estudo da Assembleia da República, revelado esta terça-feira.
"Ainda bem que este Governo e esta Assembleia da Republica decidiram fazer um relatório sobre discriminação racial. Mostra que não têm confiança no relatório do Alto-comissário", destaca.
Para o dirigente, faz sentido criar quotas de minorias em universidades e forças de segurança, mas o problemas de fundo têm de ser resolvidos.
"É preciso mudar tudo, mudar os currículos, mudar a educação (...) haver criminalização da discriminação racial", defende.
Também o sindicalista Paulo Rodrigues, da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia, sugeriu que para todos terem acesso às forças de segurança o problema do racismo tem de ser resolvido mais cedo.
"Não pode haver qualquer discriminação, mas o problema tem de ser resolvido antes", considera. "Não é impondo quotas que se vai resolver o problema".
11091310
O relatório da Assembleia da República defende que as comunidades ciganas e de afrodescendentes deveriam estar representadas nos partidos políticos e no Parlamento e que as forças de segurança deveriam recrutar agentes nestas mesmas comunidades.
À TSF, a deputada do PS Catarina Marcelino justificou as quotas e até apontou prioridades para o combate ao racismo em Portugal: " Escolheria ter pessoas destas minorias étnico-raciais com presença no Parlamento e nas autarquias, a fazerem parte da vida política. Em segundo lugar, escolheria o levantamento de informação e a recolha de dados. Sem informação concreta não é possível agir."