Numa iniciativa a que chamou "Projeto Enfermagem ao Sul", a Ordem dos Enfermeiros visitou várias unidades de saúde no Algarve. E faz um diagnóstico pessimista: o rácio de profissionais por mil habitante está ao nível de Países do Terceiro Mundo.
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A visita às unidades de Saúde começou pelo Algarve, e a Secção Sul da Ordem dos Enfermeiros garante que encontrou uma falta crónica de profissionais. Segundo esta ordem profissional, não houve reforço de um único enfermeiro para o verão.
Essa situação, de acordo com o presidente da secção Sul da Ordem dos Enfermeiros, tem consequências nos Serviços de Saúde: "Serviços encerrados, camas encerradas nos serviços por falta de enfermeiros, unidades de cuidados primários que, por não terem enfermeiros, encerram a sua atividade, e situações em que, com um enfermeiro de férias, há encerramento da unidade unidade", relata Sérgio Branco.
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O presidente da secção Sul da Ordem dos Enfermeiros dá como exemplo do Carvoeiro, uma zona turística, onde vai haver enfermeiro apenas uma vez por semana.
Este responsável da Ordem lança um desafio ao Ministério da Saúde: Se há incentivos para os médicos, também deviam existir para os enfermeiros, porque, "neste momento, aumentando para o triplo a população do Algarve, não houve o reforço de um único enfermeiro."
A Ordem refere que nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) há uma média de nove enfermeiros por mil habitantes em Portugal. No entanto,no Algarve em particular, a estatística, que aponta para a existência de três enfermeiros para mil habitantes, "anda a par com os países do terceiro mundo".
Por esse motivo,"não há capacidade da garantir a segurança nos cuidados ao doente", conclui Sérgio Branco.