Raimundo critica Marcelo na Ucrânia: contribuiu para "mais armas, mais munições, mais destruição"
O secretário-geral comunista desvaloriza uma eventual derrota nas urnas pela posposição do PCP em relação à guerra.
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Perante um cartaz que pedia o "fim à guerra, e o sim à paz", voltou a surgir a visita de Marcelo Rebelo de Sousa à Ucrânia. O PCP foi o único partido que não votou a favor pela deslocação do Presidente da República ao leste da Europa, e Paulo Raimundo salienta que, na visita, Marcelo nunca falou em paz.
Os comunistas dão o pontapé de saída para um novo ano político, com a Festa do Avante, na Quinta da Atalaia, e a guerra na Ucrânia volta a ser um dos temas centrais. Para o líder comunista, a recente visita de Marcelo Rebelo de Sousa seguiu o caminho de "instigação da guerra".
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"O Presidente da República, a partir das opções que tem, fez uma opção, uma opção de reafirmar todos os caminhos que têm instigado a guerra. Penso que não é isso que serve nem ao povo português, e muito menos ao povo ucraniano e ao povo russo", afirmou, depois de visitar a Bienal de Artes Plásticas da Festa do Avante.
O secretário-geral comunista defende que o caminho trilhado por Marcelo Rebelo de Sousa é errado, e questionado pelos jornalistas, esclarece que se trata de um caminho "de mais armas e mais munições".
"Todos os posicionamentos que teve, acabaram por contribuir neste caminho, que é um caminho de mais armas, mais munições, mais destruição e a consequência disso: mais mortes. Nem uma palavra da paz, que é aquilo que a gente precisa", criticou.
E, num ano político com várias eleições, Paulo Raimundo garante que não está preocupado com uma eventual derrota nas urnas pela posição do PCP em relação à guerra. A 24 de setembro há eleições regionais na Madeira, onde os comunistas não têm representação, e a 9 de junho são as Europeias.
"Há uma compreensão maior para aquilo que afirmamos e há um assumir mais largo dessa posição, da exigência de paz, que é isso que os povos precisam. Quem se empenha na luta pela paz, não pode, em momento algum, pensar que vai ser prejudicado do ponto de vista eleitoral", assumiu.
A Festa do Avante termina no domingo à noite, mas durante a tarde o palco dá lugar ao tradicional comício com o discurso do secretário-geral, Paulo Raimundo, que se estreia como líder comunista na rentrée comunista.