Raimundo desvaloriza carta do Governo a Bruxelas: "Espero que não tenha seguido pelos CTT"
Paulo Raimundo deu o pontapé de saída para a Festa do Avante com críticas às prioridades de Costa e garante que o PCP está preparado para "ser alternativa".
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No arranque da Festa do Avante, Paulo Raimundo apontou o dedo ao Governo socialista que vive concentrado "na propaganda" e não em resolver os problemas dos portugueses. A habitação "é um drama", lamenta o secretário-geral comunista, e o Governo, que enviou uma carta a Bruxelas a pedir que a resposta aos problemas na habitação seja o foco principal, tem as prioridades trocadas.
Depois de visitar a exposição que marca os 50 anos do 25 de abril, na 46.º Festa do Avante, na Quinta da Atalaia, o secretário-geral comunista centrou o discurso nas críticas às políticas de António Costa, que lidera um Governo que "vive fora da realidade".
"O Governo, em vez de estar a perder tempo a escrever cartas para a União Europeia, - espero que não tenha mandado pelos CTT, porque como isto está nunca mais lá chega - podia ter feito uma coisa simples, que é, aquilo que tem no seu poder, nas suas mãos, decidir", afirmou o líder comunista.
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Desde logo, com "uma moratória para os créditos, como aconteceu durante o período da Covid", e o comunista desafia ainda o Governo a "obrigar a Caixa Geral de Depósitos, que é um banco público, a fixar como limite 0,25 de spread nos créditos".
O PCP vai também propor um limite de 0,43% à atualização das rendas, logo no arranque da sessão legislativa, uma medida que Paulo Raimundo considera "urgente".
A Festa do Avante, que junta milhares de pessoas, é também "um local de confiança" para os portugueses que vivem a contar os tostões e não encontram no Governo socialista as soluções para os problemas.
"É uma festa de confiança para projetarmos o futuro de que precisamos. Num momento em que o país vive nua brutal contradição entre a propaganda e a vida dura", lamentou, voltando a apelar ao "aumento dos salários e das pensões".
A festa comunista dá o pontapé de saída para um ano político com várias eleições, desde logo, as regionais da Madeira, já a 24 de setembro, e as Europeias, em 2024. Paulo Raimundo não se compromete com números, mas define uma meta.
"Quando o PCP e a CDU avançam, a vida de cada um melhora. Aquilo que serve melhor os interesses do povo, da Madeira, mas também os que aqui vivem, é que o PCP e a CDU se reforcem eleitoralmente", atirou.
E no PCP "há força para construir uma alternativa" à maioria absoluta, destaca Paulo Raimundo, que vive a primeira Festa do Avante como líder comunista. O ponto alto da rentrée é no domingo, com o tradicional comício, com um discurso de Raimundo.