
Ramos-Horta
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O Presidente da República de Timor-Leste afirmou que está na hora de «aliviar» Portugal dos encargos que tem tido com o seu país nas áreas da segurança, justiça e educação.
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Timor-Leste ofereceu ajuda, Portugal acabou por não a usar, mas no primeiro encontro com Ramos-Horta, num pequeno-almoço de trabalho, Pedro Passos Coelho não escondeu o seu interesse.
«Apesar de não ter havido uma grande consequência ainda dessa intenção, a verdade é que esse espírito de abertura que foi manifestado não foi esquecido por Portugal», afirmou.
O Presidente da República timorense, para quem as crises são cíclicas e normais, mostrou-se confiante na recuperação da economia portuguesa e voltou a estender a mão, não para receber mas para dar.
«Quando falo no investimento do fundo do petróleo timorense é uma questão também muito prática e pragmática. Investimos na Zona Euro, já compramos uma parte da dívida australiana, mas com Portugal será um investimento de país amigo mas mutuamente benefício. Em Timor-Leste toda a gente está de acordo», declarou.
Ramos-Horta anunciou ainda outra forma de ajudar Portugal.
«Tudo faremos para que a presença portuguesa em Timor, nas áreas da educação, justiça e segurança, não seja um encargo para Portugal. Portugal já fez muito por nós, durante 24 anos da nossa luta, é altura de Timor-Leste assumir os encargos financeiros de Portugal emprestando apenas o 'know-how'"», afirmou Ramos-Horta.
O primeiro-ministro português disse ainda que a convite de Timor-Leste, Portugal ir associar-se às comemorações dos 500 anos da chegada dos portugueses a Timor-Leste e dos dez anos da independência daquele país.
«Destinámos que os governos dos dois países irão trabalhar em conjunto no sentido de promover uma comemoração simultânea» das duas efemérides.
Neste encontro de trabalho participou também o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas.
Ramos-Horta seguiu depois para o Parlamento, onde a sua presença nas galerias foi saudada de pé pelo plenário.