António Carlos Monteiro, deputado do CDS-PP, considera que o ministro do Trabalho e da Solidariedade, Vieira da Silva, que foi ontem ouvido no parlamento, não respondeu a "várias questões".
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O grupo parlamentar do CDS-PP diz que não ficou esclarecido com a audição do ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, sobre o caso da Associação Raríssimas, e, depois de questionar o ministro, ontem, durante a audição, vai enviar por escrito cerca de dezena e meia de perguntas dirigidas ao governante.
"Ficaram por responder várias questões e o CDS-PP não está satisfeito com as explicações", disse o deputado centrista António Carlos Monteiro, numa conferência de imprensa, no parlamento.
O grupo parlamentar vai agora esperar que o ministro responda no prazo de 30 dias, ou seja, o prazo estabelecido pelo Regimento da Assembleia da República.
As várias questões - muitas delas formuladas durante a audição -, enviadas pelos centristas centram-se em temas como um alegado pagamento de um serviço de consultoria feito pela associação ao antigo secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, ou dúvidas sobre o conteúdo do documento que o ministro Vieira da Silva estaria a assinar no momento em que foi fotografado junto da antiga presidente da Raríssimas, Paula Brito e Costa, e do presidente de uma congénere sueca da Raríssimas.
António Carlos Monteiro deixa, por isso, um exemplo: "Quantas outras instituições, fundações ou associações tiveram o privilégio de ir ao seu ministério e na sua presença assinarem documentos particulares, protocolos entre associações, sem, alegadamente, terem intervenção do Governo?".
Quanto a Manuel Delgado, o CDS-PP sublinha que foram pagos ao ex-governante "valores muito elevados em consultorias".
"Face às respostas [do ministro] retiraremos as nossas conclusões. Aquilo que verificámos face à ausência de respostas é a necessidade de insistir para que o senhor ministro esclareça. Ficaremos a aguardar que responda, para analisarmos as respostas e aquilo que iremos fazer a partir daí", concluiu o deputado.
No parlamento, esta segunda-feira, Vieira da Silva rejeitou "negligência" o tratamento das denúncias ou "favorecimento" à Raríssimas, defendeu ainda que mantém "todas as condições" para se manter no cargo e no Governo.