Iniciativa da Liga Portuguesa Contra o Cancro vai permitir rastrear 400 mil mulheres nos próximos dois anos.
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O rastreio populacional do cancro da mama, que desde a década de 1990 já se realiza noutras partes do país, chega agora à totalidade do distrito de Lisboa e ao distrito de Setúbal, completando assim "100% de cobertura nacional", revela a Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC).
"É um rastreio organizado, feito a mulheres entre os 50 e os 69 anos, que são convocadas para fazer uma mamografia de dois em dois anos", explica o presidente do Núcleo do Sul da LPCC.
De acordo com Francisco Cavaleiro Ferreira, estão abrangidas 400 mil mulheres que, nestes distritos, serão acompanhadas e encaminhadas para um hospital caso sejam detetados indícios de algum problema.
Este rastreio vem permitir ganhos em saúde, uma vez que o que havia até hoje era apenas o chamado rastreio oportunístico, "feito quando as pessoas vão ao seu médico e ele prescreve uma mamografia".
As mulheres abrangidas pelo rastreio populacional vão ser contactadas por escrito com instruções para a realização do exame. A LPCC garante "todas as condições de segurança" nas unidades móveis de rastreio e pede que todas as mulheres participem.
"Se comparecerem, provavelmente estaremos a salvar vidas", enfatiza Francisco Cavaleiro Ferreira, lembrando que a taxa de participação no resto do país ronda os 60% e que 0,5% das mulheres que fazem o rastreio acabam por ser encaminhadas para um hospital de referência para serem tratadas.